O Benfica cumpriu o que tinha em mente e ganhou na Polónia, num jogo em que demonstrou muito mais debilidades defensivas do que se poderia prever e onde a eficácia ofensiva, apesar de com uma ou outra exceção, fez toda a diferença. Houve muito Darwin e houve vitória fora de casa do Benfica, o que, em contexto europeu, é de realçar. Contra uma equipa individualmente bem mais fraca, as forças equilibraram-se durante boa parte do jogo e, se o adepto ficará contente com a sensação de dever cumprido, Jorge Jesus certamente terá ficado muito preocupado com algumas falhas evidenciadas.
Sem muito fazerem por isso, é justo dizê-lo. Foi um Benfica que assumiu o jogo, neste regresso de Taarabt, mas que se mostrou pouco produtivo em termos ofensivos. E não fugiu muito da plena eficácia: o que atirou à baliza, marcou. Primeiro, a abrir, num penálti que Pizzi converteu; depois, num excelente cabeceamento de Darwin após cruzamento de Gilberto, mesmo a acabar o primeiro tempo.
Se o golo inaugural não foi aproveitado pelos encarnados, também o que aconteceu perto do intervalo não trouxe tranquilidade, já que o regresso dos balneários, que até começou com uma grande perdida de Darwin, teve nova igualdade.
Quando, à terceira, o Benfica se voltou a colocar na frente do marcador, em mais um bom lance de Darwin, que teve grande mérito - sem esquecer o demérito de uma defesa débil e vulnerável nos duelos - o desafio era finalmente conseguir segurar o resultado.
E, se o fez, foi com tudo menos segurança. Bastava ver a forma irada como Jorge Jesus se dirigia ao setor defensivo a casa ataque polaco. Bastava ver que Grimaldo saiu para dar vez a Nuno Tavares. Os indicadores eram preocupantes. Se, na frente, o assunto podia ter sido resolvido com um pouco mais de tranquilidade, atrás nada fazia crer que a baliza estava protegida.
Em cima do apito final, finalmente o golo da tão desejada tranquilidade. Darwin outra vez, numa noite europeia para nunca mais esquecer. Claramente o ponto mais positivo do jogo encarnado, para além dos importantíssimos três pontos no começo da retoma europeia.
Uma equipa consideravelmente inferior no plano teórico, que se vê três vezes em desvantagem, tem tudo para desmotivar, até porque nem a força dos seus adeptos pôde sentir. Mas não. Este Lech Poznan merece o elogio pelo arrojo e pela audácia. Tal como tínhamos perspetivado, não iria ser uma equipa remetida ao seu setor defensivo, o que ajudou a que o Benfica encontrasse espaços, mas que também beneficiou muito o jogo, pois foram várias as oportunidades, para lá do golo.
A jogar muito subida no terreno, contra adversário muito combativos, embora sem grandes velocistas, o Benfica foi inúmeras vezes surpreendido na sua retaguarda, com bolas nas costas, a explorar o espaço entre lateral e central, e sem que se vissem melhorias no decorrer do jogo. Há matéria para ser revista nos próximos treinos.