«Deem tudo como nós daríamos para estar aqui»: uma mensagem dos adeptos do Vitória SC presente este domingo no D.Afonso Henriques e que a equipa de Ivo Vieira fez por cumprir. Apesar de já não haver aspirações europeias, os Conquistadores foram empenhados na procura dos três pontos e venceram por 1x0 o Marítimo, num duelo dividido e com muitas oportunidades de golo.
Marcus Edwards, um talento diferenciado em campo, voltou a fazer a diferença ao apontar o único tento do jogo num lance de grande inspiração. O génio do inglês, aliás, resolveu um problema que as duas equipas não conseguiram resolver coletivamente: a finalização.
A partida começou como uma contrariedade infeliz para os Conquistadores. Apresentando dores na coxa direita durante o aquecimento, o guardião Jhonatan, que preparava-se para estrear-se oficialmente com a camisola do Vitória SC, saiu da ficha de jogo numa decisão de última hora. O habitual titular Douglas foi chamado ao serviço.
Em relação ao duelo, os primeiros minutos foram confusos e divididos, num ritmo expectante e de estudo de parte a parte. De longe, os homens da casa começaram a tentar dar trabalho a Amir, com o primeiro lance de perigo a surgir num livre perigoso de Edwards.
O Marítimo, cada vez mais ao estilo do seu técnico, não tinha problemas para ter bola e jogar apoiado. No entanto, quando aparecia a oportunidade, a profundidade dos homens da frente também era solicitada. O avançado Rodrigo Pinho dispôs de dois bons momentos ofensivos, que não conseguiu converter.
Numa fase em que o Vitória SC parecia algo desligado do encontro, o suspeito do costume decidiu aparecer e causar o pânico na defesa adversária. Edwards bailou perante vários adversários em velocidade e atirou para o golo, em mais uma amostra do seu fantástico talento. Um regalo ver este menino jogar!
Na resposta, Edgar Costa não foi feliz no duelo com Douglas, num lance em que a defesa vitoriana foi apanhada a dormir. Foi com mais Marítimo que a partida chegou ao intervalo, mas os Conquistadores estavam de olhos no segundo.
Apesar da vantagem no marcador, o Vitória SC entrou no segundo tempo com sentido de urgência e a procurar resolver as contas. Mais pressão e velocidade foram criando problemas aos insulares, que recuaram involuntariamente as suas linhas. Num lance de inspiração, o central Frederico Venâncio atirou à barra, sendo este o sinal para José Gomes mexer no seu conjunto.
Foram três alterações do técnico - nota para a estreia do jovem Jefferson Pessanha, na procura de uma reação da sua equipa. O Marítimo cresceu e voltou a ter o controlo da bola, no entanto, os madeirenses tiveram mais dificuldades para encontrar espaços em zonas ofensivas.
Seria já na compensação que o duelo voltaria a animar. Num lance rápido, o irreverente Milson atirou cruzado ao poste, com uma finalização de Ouattara a ter o mesmo destino momentos depois. Fica a ideia que o resultado merecia outra cor pelo empenho das duas equipas.
Que jogador é Marcus Edwards! Voltou a ser decisivo no jogo e acumulou lances de muito talento e capacidade. Até na decisão, ponto menos forte, esteve a um alto nível. Um privilégio ter este atleta no nosso futebol.
As duas equipas criaram várias oportunidades de golo ao longo da partida, mas, tirando o fantástico lance de Edwards, os jogadores de ambos os conjuntos tiveram desinspirados na finalização. O duelo merecia mais tentos.
Arbitragem sólida de Luís Godinho, num jogo disputado com lealdade e sem lances de grande polémica.