Caiu o SC Braga, caiu o FC Porto, caiu o Sporting e, por fim, caiu o Benfica. Esta quinta-feira (e quarta-feira), Portugal perdeu todos os seus representantes europeus nos 16 avos de final da Liga Europa, em eliminatórias que à partida pareciam acessíveis.
O Benfica foi quem fechou esta semana negra para o futebol luso. Após a derrota por 2x1 na Ucrânia, o Benfica consentiu um empate caseiro 3x3 diante do Shakhtar Donetsk e caiu sem brilho da Liga Europa. Contudo, a honra portuguesa continua a ser defendida, por jogadores e também por treinadores, como Luís Castro.
Os primeiros minutos contaram com um Benfica personalizado, dinâmico e muito objetivo. Os pupilos de Bruno Lage conseguiram chegar com facilidade ao último reduto do Shakhtar e por lá ficaram, a condicionar fortemente a saída de bola dos ucranianos, que procuravam Taison para esse efeito. O sufoco encarnado esteve perto de dar frutos e cedo se percebeu que as bolas paradas podiam ser um meio para atingir esse fim (Adel Taarabt e Rúben Dias cheiraram o golo).
Este período de sobressaltos desnecessários esfriou o ataque encarnado e o emblema de Donetsk congelou a bola, gerindo-a a seu bel-prazer. Volta e meia, através de transições rápidas protagonizadas por Taison, o Shakhtar fez o Benfica tremer, só que Andriy Pyatov também fez o mesmo com os seus passes longos falhados. O cenário de empate ao intervalo ia ganhando forma, contudo os homens da casa desfizeram-no. Na sequência de um canto de Pizzi, Rúben Dias ganhou nas alturas a Mykola Matvienko e fez o 2x1.
Era difícil pedir um arranque de segunda parte melhor. O Shakhtar voltou a tremer no setor recuado, Mykola Matvienko falhou o passe passe para Andriy Pyatov e Dyego Sousa assistiu Rafa Silva (47'). 3x1 no marcador. No entanto, à semelhança da primeira metade, novo erro do Benfica e novo tento ucraniano: Taison bateu o canto à esquerdo do ataque e Taras Stepanenko (49') apareceu à vontade, entre Rúben Dias e Ferro, a restabelecer o empate de cabeça.
Já em fase de desespero, Bruno Lage voltou a lançar em campo todos os homens de ataque que tinha no banco, mas novamente sem resultados. Carlos Vinícius esteve perto de marcar, só que a bola saiu à figura de Pyatov. Do outro lado, Júnior Moraes esteve perto da remontada, valeu Vlachodimos.
Em clima de sofrimento encarnado, o cronómetro avançou e acabou por esgotar-se. De quatro equipas na Europa, sobraram zero. Perante tal descalabro, é tempo de começar a jogar-se mais em campo do que fora dele, pois esta semana transmitiu-se à Europa uma imagem muito pobre do futebol português...
Marcar mais golos do que aqueles que se sofre. É o objetivo do futebol e ajusta-se totalmente ao atual Benfica. Apesar de a defesa ucraniana ter dado uma ajuda, o ataque das águias mostrou vários argumentos válidos e golos para levar de vencida a eliminatória.
Os jogos passam, os erros mantêm-se e os golos sofridos voltam a aparecer. O lado esquerdo da defesa encarnada, ocupado por Ferro e Grimaldo, continua a ser a zona predileta dos adversários e a dar dores de cabeça a Bruno Lage. Duas notas ainda para a falta de agressividade no canto que deu o segundo golo ao Shakhtar e para a defesa ucraniana... muito débil.