Novo dia, novo jogo, mais um pesadelo para um Sporting completamente adormecido. O Rio Ave voltou a vencer (1x2) em Alvalade, desta vez para a Taça da Liga e ganhou esperanças de conseguir o apuramento para a final four da competição, dando novo golpe no Sporting. Depois da saída de Marcel Keizer, Leonel Pontes deve ser o senhor que se segue a abandonar o cargo, mas hoje ficou uma vez mais claro: quem vier vai ter um enorme trabalho pela frente. Neste momento, o Sporting é um clube à deriva.
Um jogo típico de Taça da Liga e um jogo típico de um Sporting a viver um longo período de depressão. Com Leonel Pontes ainda no banco de suplentes, os leões tentaram curar-se antes da chegada mais do que provável de Silas. Mudam os jogos, mas o Sporting continua a ser inconsistente em praticamente tudo, menos nos golos sofridos.
Os leões sofreram primeiro e somaram o 13.º jogo consecutivo a encaixar golos, desta vez com Maximiano em estreia na baliza. Antes de Ronan ter encontrado uma verdadeira via verde, o Sporting teve alguns bons momentos, mas sempre a faltar qualquer coisa.
Vietto esteve nas melhores oportunidades da primeira parte, mas ao contrário do que aconteceu no jogo com o Famalicão não esteve inspirado na finalização. O argentino teve mais companhia na frente, com Bruno Fernandes a assumir o jogo como habitualmente, mas as dificuldades para sair em posse continuaram.
De uma dinâmica em que Wendel se juntava à linha e Rosier dava projeção no ataque, repetida inúmeras vezes, acabou por aparecer o golo do Rio Ave. Depois de tantas repetições, a equipa de Carlos Carvalhal leu bem aquilo que o Sporting procurava fazer e transformou isso em vantagem. Wendel perdeu a bola, Rosier estava completamente lançado para o ataque e Ronan David só teve de correr em frente e rematar perante um desamparado Maximiano.
Um golo típico daquilo que tem sido o Sporting, umas coisas bem, várias mal e o adversário a aproveitar. Desta vez, também os leões tiveram um pouco de sorte para chegar ao empate, num livre de Bruno Fernandes que desviou num jogador do Rio Ave, mas o azar não demorou a bater à porta. Battaglia, no segundo jopo consecutivo a titular, não aguentou e acabou por sair lesionado com queixas novamente no joelho. Novo golpe num leão sem tempo para sarar tantas feridas.
Se a primeira parte foi uma questão de bons e maus momentos, sorte e azar, os segundos 45 minutos foram estranhos a todos os níveis. Nas bancadas e no relvado, houve momentos difíceis de perceber. No que toca a futebol, o Sporting melhorou ligeiramente no início da segunda parte, por outro lado, a equipa de Carvalhal ganhou defensivamente com a entrada de Filipe Augusto. Era claramente um Rio Ave diferente daquele que tinha vindo a Alvalade vencer para a Liga, menos ofensivo, mas à procura de aproveitar o mau momento do Sporting.
Enquanto Bruno Fernandes e Vietto continuavam a ameaçar a baliza de Paulo Vitor, que de forma mais ou menos ortodoxa conseguiu chegar para as encomendas, nas bancadas viviam-se momentos de alguma confusão, que se estendeu ao relvado. Depois da boa entrada leonina, assistiu-se a um jogo mais quezilento e com muitas paragens. No meio de tudo isso, Vietto voltou a cheirar o golo, mas não mais do que isso.
O tempo foi passando e o momento do Sporting voltou a aparecer. Na primeira verdadeira oportunidade da segunda parte, o Rio Ave voltou a chegar à vantagem. Piazón deu mais uma pisadela num leão que a cada dia que passa parece menos capaz de se levantar. A contestação a Varandas aumenta e os sinais não são nada positivos. Venha quem vier, o próximo treinador terá uma missão suicida.
Carlos Carvalhal tinha dito que a sua equipa não tinha nada a ver com o momento do Sporting, mas conseguiu aproveitá-lo bem. Os vilacondenses não tiveram uma partida muito bem conseguida, mas saíram de Alvalade em boa posição na Taça da Liga graças a um aproveitamento que não tiveram, por exemplo, no jogo do campeonato, apesar da derrota.
O Sporting perdeu pela terceira vez consecutiva em Alvalade e os sinais que se tiram deste jogo é que o fator casa deixou de pesar. Os adeptos estão indignados com a situação atual e nota-se uma clara divisão entre eles. Esta quinta-feira, o que aconteceu nas bancadas sentiu-se no campo e o Sporting, que estava até num bom momento do jogo, perdeu-se por completo.