Há duas jornadas, o FC Porto tropeçou. Nesta, o Benfica ainda se assustou, mas passou com distinção em Vila do Conde e tem o título à distância de um ponto. DIferenças que explicam muito. O jogo fica marcado por um lance capital, perto do intervalo, mas sobram poucas dúvidas da superioridade e justiça, em todo o resto, dos encarnados, que foram fortes mentalmente para estar por cima. E tiveram um enorme Pizzi, é bom que se diga. Lage continua a sua procissão praticamente imaculada pela Liga NOS, apesar de mais golos sofridos. Os marcados foram mais e, quando assim é...
Se o Benfica já tem melhores executantes, maior dimensão e uma enorme onda vermelha a empurrá-lo para um cada vez mais real título, com um golo madrugador ainda mais fácil fica esse cenário. Foi, também, um Rio Ave já sem hipóteses de chegar ao sexto lugar (fará sentido a penúltima jornada não ser à mesma hora), mas totalmente envolvido na adrenalina do jogo.
Só que um golo que fez com que o Rio Ave se ligasse à corrente. Num estádio maioritariamente encarnado (os do Rio Ave estavam lá, as cadeiras habitualmente vazias é que tinham um novo colorido), a equipa de Daniel Ramos foi encontrando os seus espaços, com Augusto a ter muito espaço para construir e encontrar Nuno Santos e Dala, as referências na entrada para o último terço.
O Benfica tentava controlar, mas os flancos da nau rioavista conseguiam, aqui e ali, causar alguma instabilidade no Benfica. Numa delas, já depois de um livre espetacular de Nuno Santos que Vlachodimos defendeu, Gabrielzinho embalou pela esquerda e foi travado por Florentino; na resposta, golo de Félix, após brinde de Léo Jardim. E, num ápice, tudo parecia de feição.
Quando, no regresso dos balneários, Tarantini reduziu o marcador, até se podia pensar que o jogo tivesse outra incerteza, mas logo Pizzi, o comandante das águias, fez questão de voltar a devolver a diferença de dois golos para as águias.
Curiosamente, seria com a primeira saída do Benfica que novo golo vilacondense surgiria, num excelente apontamento de Ronan de cabeça. E eis que, tal como contra o FC Porto, um novo fantasma pairou em Vila do Conde para os visitantes.