Ah, Invicta... Noite de emoções fortes com um dérbi tão histórico no horizonte. FC Porto contra Boavista, o sinal mais forte da raça tripeira! Um duelo cujos condimentos estão intrínsecamente reunidos, mas, no Dragão, houve direito a um extra. É que no banco, nem Sérgio Conceição, nem Lito. Dois castigos, embora distintos, que apontaram os holofotes para os adjuntos. Era a hora de Vítor Bruno e Prof. Neca.
Titulares no banco, estatégia a pensar no ponto e um foco virado já para a próxima jornada. Saiu o braço direito de Lito Vidigal de mãos nos bolsos e o de Sérgio Conceição satisfeito. Afinal, deu para uma gestão com selo de Champions e para o mais tranquilo possível dos triunfos.
Se do lado portista as titularidades de Brahimi e Corona - na lateral - foram as principais novidades, na Pantera a situação foi bem distinta. Revolução no onze - de olho na próxima jornada? -, no esquema tático e na estratégia de modo a anular o poderio do adversário. A aposta nos três defesas e num bloco baixo e compacto, deixando Yusupha livre na frente, era clara, mas nem isso impediu o campeão nacional de carregar no acelerador.
As ocasiões de perigo começaram a surgir de forma natural logo após o apito inicial. Otávio, Soares - que bela primeira parte do brasileiro -, Pepe, Brahimi. Ora Bracali decidia, ora a pontaria aparecia desafinada. O carrossel azul e branco continuava bem iluminado à custa de um Boavista impotente na pressão, no controlo da profundidade e na ligação entre setores. Só Matheus Índio, com alguma destreza, conseguiu incomodar um desplicente Manafá.
A identidade do FC Porto não mudava em nada, gerava-se um inexplicável buraco na zona defensiva do adversário e um perito decidiu bailar: Brahimi trocou as voltas a Raphael Silva e sofreu um penálti que Tiquinho Soares converteu com sucesso.
Vantagem assegurada com a maior das naturalidades que quase aumentou instantes antes do intervalo, não fosse a posição irregular de Marega. Caiu o pano de uma primeira parte de sentido único corroborada com as habituais estatísticas. Na posse de bola, o dragão, relaxado, esmagou com uns impressionantes 73 por cento. Prova máxima de que não basta só ter uma estratégia...
Escassos minutos após o regresso dos balneários, novo golo. Belo lance individual de Otávio e K.O. Fica a sensação de que Bracali poderia ter feito um bocadinho mais, mas a machadada final estava dada.
Foi, por isso, uma segunda parte sem grande história. Um FC Porto em modo gestão e focado na Liga dos Campeões e um Boavista praticamente insignificante a pensar na manutenção e na receção ao Nacional. Que diferença abismal para o dérbi da primeira volta...
Superioridade, tranquilidade e segurança de um lado, desinteresse absoluto e resignação do outro. Assim foi o 138º confronto entre eternos rivais da cidade Invicta banhado outra vez de azul e branco.