Depois do D. Afonso Henriques, agora foi no Comendador Joaquim de Almeida Freitas que o líder tropeçou. Com uma exibição cinzenta, onde se notou a falta de Marega, o dragão viu-se em dificuldades perante um Moreirense que voltou a mostrar que não é quinto classificado por acaso.
Excelente jogo, nomeadamente na segunda parte, da equipa de Ivo Vieira, que esteve pertíssimo de ganhar e que, ainda assim, esteve perto de perder nos descontos da partida. Apesar disso, uma igualdade totalmente justa pelo que se viu em campo. E, no caso dos portistas, pode ser esta uma jornada de nova aproximação da concorrência.
Na primeira versão sem Marega, Conceição optou pelo músculo do rotinado Danilo, o que fez com que Herrera se juntasse a Soares no ataque. Faltou, claro, a maior referência do FC Porto com bola, sobretudo na procura da profundidade, pelo que os faróis foram outros: Tiquinho para segurar e dar curto, Brahimi para aparecer em zonas mais interiores e dar profundidade no corredor a Telles. Não se pode dizer que tenha resultado na plenitude, até porque a equipa raramente conseguiu sair por dentro e voltou a canalizar quase sempre a transição da defesa para o ataque com bolas longas do setor recuado.
Porém, note-se, não foi um jogo de sentido único. Nem lá perto. Sem tanta bola como é costume, muito porque os dragões condicionaram muito bem a saída apoiada da equipa de Ivo Vieira com pressão alta, a equipa da casa soube, ainda assim, ter os seus momentos de bom futebol. Quase sempre a procurar o lado direito da defesa portista, onde Militão mostrou não estar muito confortável, mas onde Heriberto não foi tão capaz como tem sido.
O arranque da segunda parte ilustrou ainda mais isso. Apesar da intenção portista, a bola andou mais dividida pelo meio-campo e mais perigosa junto a Casillas.
Conceição não demorou muito a mexer. Chamou Otávio e Fernando Andrade para dar maior criatividade e abdicou de Pepe, devolvendo Éder Militão ao centro. Só que não resultou. A intenção era dar um sinal de ataque, só que o desnorte era ainda maior com a saída de Óliver.
Sem conseguir ter fio de jogo, o FC Porto sucumbiu.
Conceição refrescou com André Pereira, mas a equipa era cada vez mais um deserto de ideias, à espera que alguém criasse alguma coisa, embora sem que alguém conseguisse encontrar o desenho ideal para chegar à baliza contrária.
Foi, no assalto final, que o empate surgiu, numa bola longa para a área que Herrera finalizou. E foi da mesma maneira que ainda surgiram mais dois lances de perigo, um com um choque aparatoso em que os portistas pediram penálti, outro em que Jhonathan defendeu de forma fantástica um remate que era de golo para Fernando.