Normalmente, os jogos que envolvem o Chaves acabam por ter uma metáfora no título com a palavra «Chaves». Acontece muito e neste jogo qualquer uma servia para explicar que a vitória do FC Porto na primeira jornada da Liga NOS foi categórica e fruto de uma exibição bastante convincente. Uma goleada por 5x0 que não deixa margem para dúvida. O leitor pode usar a metáfora que mais gostar e qualquer uma explica bem o que se passou este sábado no Estádio do Dragão. Seja na finalização de Aboubakar, na magia de Brahimi ou no coletivo fortíssimo, qualquer uma destas chaves significou a vitória.
O FC Porto entra na Liga NOS com uma vitória clara e a mostrar que apesar de algumas saídas e de algumas incertezas (Marega) está com a corda toda na defesa do título que conquistou na temporada passada. Já o Chaves está em construção, mas fica a ideia que falta matéria-prima a Daniel Ramos.
O primeiro golo vem de um erro de Gevorg Ghazaryan e de uma boa jogada de Sérgio Oliveira. Um cruzamento rasteiro, uma simulação de André Pereira e um golo de Aboubakar. Pouco depois, uma grande jogada pela direita, um grande passe de Sérgio Oliveira para Otávio, mais um cruzamento rasteiro e mais um golo do avançado.
Dois golos, pelo menos mais cinco oportunidades claras (Brahimi e André Pereira falharam de forma chocante) e uma primeira meia-hora de total controlo azul e branco. O Chaves não conseguia ter bola e o 4x3x3 de Daniel Ramos tinha muitas dificuldades em gerir o facto de Otávio estar cada vez melhor no papel de falso-extremo e em controlar os movimentos de recuo de André Pereira e de Aboubakar.
O duplo-pivot do Chaves andou sempre perdido e os espaços que o FC Porto encontrava pelos flancos faziam prever que os golos não iam ficar por ali. Já perto do fim, mais uma jogada por um flanco, neste caso o esquerdo. Brahimi apanha um um-para-um, trabalha com espaço e faz o terceiro golo de uma primeira parte de completo domínio azul e branco.
O Chaves estava melhor organizado, mas sempre com os mesmos problemas em controlar o lado direito do ataque portista. Curiosamente, foi com um extremo mais tradicional (Corona) que o FC Porto voltou a marcar. Um mau passe, uma antecipação do mexicano e um grande golo de fora da área.
A vitória foi conquistada de uma forma tão tranquila que até houve a possibilidade para lançar Adrián López e para este ser aplaudido pelo estádio. Algo que pode até parecer estranho, mas que demontra bem o que foi o jogo. Depois do 4x0 de Corona houve tempo para uma expulsão (João Teixeira), duas ou três oportunidades de golo do FC Porto e para uma extensão da festa em que os adeptos dos portistas estiveram nos últimos meses. Perto do fim ainda houve tempo para mais um golo, novamente com o FC Porto a encontrar espaço na direita e marcar na grande área.
É uma verdadeira entrada de campeão. Uma vitória expressiva e um FC Porto que mostrou que a intensidade, a capacidade de esmagar em casa e a força ofensiva de longas fases da temporada passada estão bem presentes.