Foi com um golo de Miguel Vieira e uma defesa de Mário Felgueiras a um penálti de Brahimi que se pôde resumir a primeira derrota do FC Porto no campeonato. A equipa de Sérgio Conceição revelou dificuldades em lidar com as circunstâncias do jogo e o campeonato fica ainda mais quente. O Paços sacode os maus resultados com um excelente triunfo.
As condições adversas já há muito se previam. Quando os dois treinadores escolheram os onzes, para além das ausências, também sabiam que outra condicionante existia para encarar o desafio. E João Henriques levou a melhor neste aspeto.
O treinador dos castores, mais conhecedor do terreno, percebeu que as trocas de bola curtas no setor intermédio eram uma forma de confrontar um FC Porto sem o seu poder de fogo medular (Herrera, por castigo) e à procura de remendar com um André André que pareceu sempre uma mudança abaixo do desejável.
Além disso, a utilização de Quiñones mais à frente do terreno não apenas ajudou a que a equipa fechasse melhor, como também motivou muito trabalho a Ricardo Pereira, que só no último quarto de hora do primeiro tempo conseguiu as habituais subidas no terreno, numa altura em que a equipa já perdia, depois de um lance de bola parada que depois se desenrolou precisamente pela esquerda do ataque do Paços.
Ao intervalo, a eficácia explicava a vantagem, bem como a falta de lucidez portista, que pedia a pausa de 15 minutos.
Era necessária uma mudança do lado portista. Não a houve no imediato (o Paços entrou bem no segundo tempo), tentou o treinador que viesse com Otávio.
Não foi propriamente por Otávio, pois já estava a haver um embalo para a equipa portista, mas coincidiu com a subida de produção dos dragões. A energia vinda das bancadas - que apoio impressionante - injetou a equipa, que não fez alterações posicionais, simplesmente empurrou um adversário que também percebia essa inevitabilidade.
Mesmo sem muitas ideias, a avalanche de ataque trouxe possíveis frutos: Rui Correia agarrou Felipe, Bruno Paixão assinalou penálti, mas Mário Felgueiras envenenou a maçã a Brahimi e travou o remate.
Um rude golpe para os portistas, que acusaram muito esse momento. Perderam momentaneamente o ímpeto ofensivo e expuseram a sua retaguarda, que várias vezes deu espaço que quase foi aproveitado pelo adversário.
Nos últimos minutos, intervalados por várias quedas dos jogadores pacenses, só Gonçalo Paciência teve alguma clarividência, embora pouca força na hora de finalizar.