Nos centrais esteve a virtude

Assalto à liderança. O Benfica afastou os fantasmas do passado e venceu o Boavista (4x0) no Estádio da Luz. Num dia em que Jonas desperdiçou uma grande penalidade, os centrais vestiram o fato de avançado e ajustaram as contas com os axadrezados. Uma primeira parte de bom nível da equipa de Rui Vitória foi o trampolim para as águias garantirem os três pontos e subirem, ainda que à condição, ao primeiro lugar da tabela da Liga NOS.

Desperdício de Jonas não abalou estrutura

O Boavista era até ao momento a única pedra no sapato do Benfica. A derrota na primeira volta estava entalada e a equipa encarnada tinha contas para ajustar com os axadrezados, que também na última temporada tinham feito mossa na Luz. Quem não se recorda do célebre 3x3, em que o Boavista chegou aos 25 minutos a vencer por três bolas a zero. Mas, voltemos ao presente.

Sem alterações em relação ao último onze, o Benfica sentiu-se bastante confortável a assumir as rédeas da partida e, após alguns momentos de futebol algo precipitado, a máquina afinou e os artistas conseguiram praticar um futebol dominador, frente a um Boavista que foi recuando no terreno perante as inúmeras investidas das águias.

Com Zivkovic, Cervi e Grimaldo muito ativos – o lado esquerdo foi sempre o mais solicitado -, os tetracampeões nacionais falharam a primeira tentativa de assalto ao comando do marcador, com Jonas a permitir defesa a Vagner numa grande penalidade, mas não esmoreceram em busca do golo, aproveitando a apatia axadrezada.

A insistência deu o primeiro fruto pouco depois do desperdício, mais concretamente, aos 16 minutos, numa sociedade centralizada saída de um canto. Jardel assistiu o parceiro do eixo defensivo Rúben Dias para o primeiro golo da noite na Luz.

O controlo continuou do lado da equipa da casa, que voltaria a marcar perto do apito para o intervalo. O capitão Jardel assumiu desta vez o papel principal e subiu ao terceiro andar para dar o melhor seguimento a um canto batido na esquerda por Franco Cervi.

Simão mudou para melhor, mas foi curto...

O resultado era justo ao intervalo e, claro está, penalizador para os visitantes. Jorge Simão percebeu que tinha de alterar o figurino e deixou Kuca e Rui Pedro nos balneários – Mateus e Renato Santos entraram para darem outra dinâmica ao ataque da Pantera.

Os dois jogadores entraram efetivamente muito bem na partida e transmitiram essa vontade e inconformismo ao resto da equipa. O Boavista conseguiu chegar pela primeira vez em todo o encontro com perigo à baliza de Varela, que revelou alguma insegurança em certos lances, por volta dos 50 minutos.

Ainda assim, os homens de Jorge Simão não conseguiram materializar as oportunidades que tiveram e acabaram por sofrer o terceiro num lance no mínimo caricato, em que Talocha cortou a bola contra Henrique e esta voltou a bater no seu corpo antes de seguir a direção da baliza axadrezada.

Já perto do final do encontro, Raúl Jiménez - entrou aos 78' para o lugar de Jonas - inscreveu o seu nome no placard, encostando um cruzamento açucarado de André Almeida na direita para o fundo da baliza à guarda de Vagner.

Posto isto, vitória justa para o Benfica, que assume, à condição, o primeiro lugar da Liga NOS e coloca assim pressão nos dois principais rivais na luta pelo título. Já o Boavista em nada fica beliscado com esta derrota, pois os 30 pontos já conquistados dão um conforto para encarar este desaire.