Valente deslize para apimentar o clássico

Depois de três vitórias seguidas no campeonato, e antes do clássico com o Benfica, o FC Porto perdeu pontos pela segunda vez na temporada. A deslocação a Vila das Aves não valeu mais do que um ponto para os dragões, que encontraram um adversário bem montado a nível tático e que se conseguiu impôr e reagir ao golo madrugador, aproveitando no segundo tempo a vantagem numérica para travar o líder.

A atuar com três centrais e dois laterais que passavam a médios-ala em lances ofensivos, o Aves entrou bem partida e viria a criar vários lances de perigo ainda no primeiro tempo (a sua maioria após o golo), mas nada conseguiu fazer quando Ricardo Pereira abriu o marcador, aos seis minutos. Depois de um lance desperdiçado por Salvador Agra, Soares fez um passe de luxo e Ricardo brilhou na movimentação, finalizando por baixo das pernas de Quim.

Com o regresso de Soares como principal destaque (Marega voltou também de lesão, para o banco de suplentes), os portistas conquistavam a vantagem cedo, mas acabariam então por enfrentar sérias dificuldades frente a um Aves perigoso, que nesta primeira metade apenas seria travado pelo azar, pela sua própria ineficácia e pelo bom trabalho de José Sá.

A equipa de Lito Vidigal foi ousada na reação e Arango acertou em cheio na trave da baliza de José Sá, com Amilton a cabecear ao lado um pouco depois. Para completar o lote de ocasiões-chave para a formação da casa, Salvador Agra ficou sozinho perante José Sá depois de um bom passe de Amilton mas o guardião cumpriu com distinção na resposta.

Dragão sem reação

A tarefa dos dragões, que não se conseguiam impôr no encontro, ficou ainda mais dificultada no segundo tempo quando Corona viu o segundo amarelo e deixou a sua equipa reduzida a dez elementos. Sérgio Conceição respondeu com a entrada de Maxi Pereira para o lugar de Soares. Deu algum equilíbrio à equipa, mas o nível de ameaça baixou. 

Do lado do Aves acontecia o contrário: já até então perigosos, os homens de Lito Vidigal continuavam a aproximar-se da grande área e faziam por merecer o empate que surgiria mesmo. Um cruzamento de Amilton encontrou a cabeça de Vítor Gomes, que bateu José Sá e deixou o FC Porto a meia hora do deslize.

Entrou Marega por Aboubakar, entrou mais tarde André Pereira por Brahimi e nenhuma das alterações surtiu efeito prático. O FC Porto estava condenado à escorregadela e viu ainda a equipa de arbitragem não assinalar uma grande penalidade sobre Danilo Pereira que parece evidente. Não houve volta a dar para os dragões, que se arriscam a ver os rivais ficarem mais próximos este fim-de-semana.