Dez jogos, um empate, nove vitórias, a liderança reconquistada. Depois da vitória do Sporting, em Vila do Conde, o FC Porto respondeu na mesma moeda, voltando ao topo da liga, depois de uma vitória por três golos sem resposta no dérbi da Invicta. O Boavista criou muitas dificuldades no primeiro tempo, mas a equipa de Sérgio Conceição, com uma segunda parte equilibrada e forte nas transições, conquistou a vitória.
Foi um início de jogo intenso no Bessa. As duas equipas tinham pouco espaço para construir jogo e os lances divididos estavam mais presentes do que propriamente um processo de jogo mais fluido. O Boavista, com uma estrutura de 4-4-2 - destaque para as movimentações do jovem Yusupha -, não deixava os homens criativos do FC Porto aparecerem. Muita luta, pouca arte nas jogadas, massas a fervilharem com cada jogada. Bem à moda portuense.
Habituada a uma cadência de jogo ofensivo muito forte, a equipa portista passou mais tempo do que é normal no seu meio-campo defensivo durante a primeira meia hora. A atacar, muitas dificuldades, com Marega e Brahimi a tentarem acudir a problemas que eram, evidentemente, coletivos. Do outro lado, a receita ia dando resultado: organização, competitividade e um Yusupha que esteve perto do golo por duas vezes - belo duelo com Felipe.
Até ao intervalo, pouco mais a acrescentar. A competitividade manteve-se, a demora nas reposições de bola também, e a primeira parte terminou com apenas um remate perigoso para Corona, provando que as dificuldades no jogo portista eram bem reais. Intervalo.
O início do segundo tempo teve um FC Porto a responder na mesma moeda do Boavista. Depois de um primeiro tempo onde foi ultrapassado na capacidade de pressing e competitividade na zona nevrálgica do terreno, a equipa portista entrou com tudo na etapa complementar. Resultado? Maior objetividade atacante, mais Brahimi e o golo a aparecer, por Aboubakar. Estava feito o mais difícil? Só o jogo (e o Boavista) poderia responder.
Com o decorrer do segundo tempo, o FC Porto, que tinha a liderança assegurada em caso de vitória, passou por alguns dilemas táticos, permitindo que o Boavista voltasse a acreditar no empate. A equipa de Sérgio Conceição quis defender a vantagem abdicando da sua identidade ofensiva que lhe tinha valido o sucesso no início da segunda parte. E não se pode dizer que os da casa não tiveram oportunidades...
Só que a valia dos artistas acabou por vir ao de cima. O FC Porto foi-se adaptando a uma nova fórmula no meio-campo, com André André a fazer companhia a Danilo e Herrera, Jorge Simão arriscou e os azuis e brancos passaram a ter mais espaço para as transições. Em poucos minutos, Marega e Brahimi picaram o ponto e o FC Porto reconquistou a liderança do campeonato, com os protagonistas do costume... Os campeões são feitos desta matéria, dirão os azuis e brancos.