Vamos ser sinceros. Poucas pessoas antecipavam algo diferente do que aconteceu na estreia do FC Porto na Liga NOS em casa frente ao Estoril. Não estamos a tirar méritos ou a menosprezar a equipa de Pedro Emanuel, que até fez uma excelente pré-temporada, mas percebeu-se que só uma noite muito errada impediria o FC Porto de entrar a vencer no campeonato. Não fosse pela noite não de Aboubakar e o resultado poderia ter sido bem superior.
Os azuis e brancos estão moralizados e o futebol que vão mostrando deixam a equipa sempre mais perto da vitória. Foi o que aconteceu. Mesmo sem ser totalmente demolidor as oportunidades apareceram de forma natural e quando se criam 10 ou 15 lances de golo é certo que alguns vão mesmo entrar.
O Estoril aguentou-se bem até oferecer o primeiro golo, depois foi complicado parar tanto jogador aparecer na sua área e vindos de tanto lado.
O Estoril apareceu com a lição bem estudada. Dois médios defensivos bem perto da defesa e ia conseguindo evitar essas roturas, anulando o trabalho de Brahimi e Corona. Ofensivamente quase não existiam, mas defensivamente as coisas iam correndo bem. Quando não coisas não corriam bem à defesa, aparecia a falta de inspiração de Aboubakar.
Parecia que o golo estava perto de aparecer, mas com certeza ninguém esperava que fosse daquela forma. Soares tinha acabado de ser substituído e o homem que entrou para o seu lugar aproveitou um lance ridículo entre Mano e Moreira para encostar para o golo. A vantagem era justa, mas escusava de ter sido oferecida desta forma. O dragão conseguiu ser dominador, mas faltou alguma falta de agressividade no último passe e nas jogadas de rotura.
Por isso não foi grande surpresa quando aos 54 minutos Brahimi apareceu isolado e desviou com classe perante Moreira. Novamente foi a defesa do Estoril a contribuir para o golo, ainda que desta vez tenha sido um ressalto involuntário.
O resto da partida pareceu ser uma espécie de exercício ofensivo da equipa de Sérgio Conceição. Jogadas bonitas, intensas e Aboubakar a desperdiçar. Foi assim o filme de forma muito resumida. Marega ainda voltou a marcar, desta vez de cabeça, ainda houve tempo para Marcano fazer um golo e para Casillas fazer uma defesa para os aplausos.
Se dúvidas havia sobre este FC Porto foram retiradas nesta partida. As ideias são boas, as peças estão lá e com as afinações normais que ainda vão acontecer está tudo lançado para uma época positiva. Pelo menos para já o reino do Dragão respira confiança e até os «patinhos feios» de outros tempos são aplaudidos quando marcam (Marega) e quando falham (Aboubakar).