Começou com apreensão (por causa das ausências), chegou a parecer uma tarefa fácil, acabou por ser bastante complicada. O Benfica chegou à liderança provisória da Liga NOS depois de saber sofrer num jogo que não conseguiu sentenciar a tempo de poupar para a Liga dos Campeões. Com opções alternativas na frente, vieram de trás os golos, apontados por dois defesas. Walter González deu nova emoção ao jogo, que foi rasgadinho até ao fim.
Não houve tanto problema em ensaiar jogo direto nas costas dos arouquenses, até porque Rafa e Gonçalo Guedes permitiam criar perigo nessa opção, e o Benfica fez o que quis. Literalmente. O que se pensava que seria um problema foi uma solução ideal para confundir toda a estratégia de Lito Vidigal.
Aliás, o Benfica arrancava, pelo flanco ou por jogo interior, e os homens de amarelo ficavam para trás de forma natural. O golo de Nélson Semedo foi disso exemplo - apesar da dose de sorte associada - e só foi solitário porque o desperdício tomou conta da dianteira do veículo encarnado.
Ao intervalo, podia estar resolvido. Não esteve por causa da tal falta de eficácia e também porque isso fez reerguer um Arouca a necessitar de um abanão para deixar de estar atordoado.
Esse abanão existiu, de facto. Não depois das alterações ao intervalo - Nuno Coelho voltou a trinco, Hugo Basto a central, Anderson Luís à esquerda e entrou Gegé para a direita (saiu Crivellaro) - mas já a seguir ao segundo golo encarnado, apontado por Lisandro. Walter González (porque é que ficou no banco) cabeceou de forma perfeita na sua primeira intervenção.
Nélson Semedo voltou a subir de produção e a águia soube estancar o perigo com a entrada de Samaris para o lado de Fejsa, com André Horta mais subido no terreno. E não é que o camisola 8 ainda teve pulmão para tentar apadrinhar de forma histórica a estreia de José Gomes? Chegou um pouquinho atrasado o menino de 17 anos.