Não dá para mais. O FC Porto foi surpreendido pelo Tondela, que mostrou muito mais do que o que a classificação transmite e que deixou a turma de Peseiro com o último lugar do pódio como destino mais provável. Mais um resultado que espelha a necessidade urgente de reflexão num reino onde os adeptos, percebeu-se, já não acreditam em quase nada para o resto da época.
No fundo, foram 20 minutos em que só deu FC Porto. Muito ativo, muito rematador, mas também, como tem sido hábito... muito perdulário. Uma e outra vez foram os tondelenses a barrarem o caminho da rede, mas noutras foi notório o desperdício portista na hora da decisão.
A isto, há a acrescentar o mau desempenho de Brahimi. Corona também não esteve feliz, mas o argelino foi, sem dúvida, o que mais desligado esteve da partida.
Passado esse indiscutível ascendente azul e branco inicial, o Tondela estabilizou e soube equilibrar a partida. Com um Lucas Souza muito sóbrio no ferrolho aplicado, a equipa continuou a ver o adversário em posse, só que foi descobrindo o espaço nas costas da defesa adversária e isso permitiu que Casillas passasse a ver mais regularmente a bola perto da sua zona de ação.
Nada que conseguisse realmente assustar a plateia portista, mas algo que deixou a nu duas evidências: os laterais dos dragões passaram a ter mais contenção na subida e Martins Indi espelhou insegurança, que Chidozie foi remediando.
Em boa verdade, e mesmo já contando com o arranque da segunda parte, a turma de Peseiro foi-se afastando da zona onde devia estar. Com espaços fechados, os desbloqueadores não apareciam e as dúvidas já lá estavam.
E ainda mais vincadas ficaram depois do (grande golo) de Luís Alberto, a surpreender o Dragão e a arrancar aplausos (!) dos adeptos portistas, que logo puxaram do assobio para condenar a atitude da equipa.
A resposta portista começou no banco, onde Suk não esteve mais tempo. Saltou para o jogo, Sérgio Oliveira saiu e a tática mudou, quiçá para o que já podia estar desde o início.
O coreano até protagonizou a melhor oportunidade para o FC Porto, só que, aí, Cláudio Ramos esteve gigante na baliza, ele que voltaria brilhar mais tarde, numa das poucas vezes em que a turma de Petit se perdeu na organização defensiva.
As críticas, os assobios e as lamentações acabaram por ser a imagem final de um FC Porto que diz adeus definitivo ao título e que quase coloca em causa as aspirações ao segundo lugar.