Apelando à tradição do berço, nasce no presente uma geração interessante de «bebés» em Guimarães. Rui Vitória é o «pai» de uma equipa vitoriana que perdeu apenas um jogo nos últimos 11 e que esta quarta-feira fez cair o SC Braga nos quartos-de-final da Taça de Portugal, com uma vitória por 2x1 após 120 minutos de dérbi.
A história é esta: com o eclodir da crise financeira, muitas famílias portuguesas adiaram os planos que incluíam o sonho dos bebés; o Vitória de Guimarães fez exatamente o inverso. «Livrou-se» dos mais velhos – e mais caros – e apostou na juventude. Muita juventude. Esta noite, por exemplo, Rui Vitória lançou às «feras» do dérbi um “onze” com uma média de idades de 22 anos contra os 26 do experiente SC Braga.
Entrada de sonho para os vitorianos
As dores de crescimento foram visíveis; o toque de bola bracarense é outro, mais refinado e mais maduro, enquanto o Vitória vive da entrega e da ilusão dos miúdos. Miúdos esses que não podiam ter tido um arranque melhor na noite desta quarta-feira. Leandro Salino fez asneira, entregou a bola a Barrientos que, de pé esquerdo, bateu Quim. Jogava-se em Guimarães há… 15 segundos.
Éder leva dérbi para prolongamento, Barrientos e Douglas resolvem-no
O plano de jogo foi igual na segunda parte. A equipa de José Peseiro – que tinha ganho e empatado nos dois dérbis anteriores – saiu em busca da recuperação que só chegaria perto do fim. Éder, aos 65 minutos, ameaçou com um cabeceamento à trave na sequência de um livre batido por Rúben Micael, mas aos 85 minutos não perdoou. O ponta-de-lança português apareceu em zona frontal e atirou para o 1x1, forçando o dérbi a mais meia hora de emoção.
Aí, tal como no arranque do jogo, a entrada do Vitória de Guimarães foi perfeita. Com Crivellaro em campo no lugar de Lionel Olímpio, a bola chegou a João Ribeiro que serviu Barrientos; o uruguaio, de primeira, voltou a bater Quim – aos 93 minutos – e devolveu a liderança perdida à equipa da casa. O SC Braga voltava a perder de vista as meias-finais, depois de ter estado perto entre o golo de Éder e o fim do tempo regulamentar.
O resto desta história é contado no sofrimento vitoriano, à beira do colapso físico mas agarrado ao sonho da Taça. O SC Braga tentou, quase nunca bem, evitar a despedida de um dos grandes objetivos da época. Éder, o mais perigoso, ainda obrigou Douglas a uma grande defesa à passagem do minuto 112, assim como Carlão, aos 114'. Douglas passou a ser o «guardião do sonho» vimaranense, sobretudo com a intervenção milagrosa aos 120 minutos, a um remate de Custódio. Vital, antes do apito final!
2-1 a.p. | ||
Jean Barrientos 1' 93' | Éder 85' |