Faz hoje dois anos que Paulo Bento iniciou funções como selecionador nacional. O ex-treinador do Sporting entrou na estrutura da Federação Portuguesa de Futebol numa altura conturbada mas não há dúvida de que os resultados melhoraram desde setembro de 2010.
Quando Paulo Paulo Bento assumiu a seleção nacional, Portugal estava em grandes apuros na fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 2012. Um empate com o Chipre e uma derrota com a Noruega colocavam a seleção das quinas em maus lençóis.
No entanto, com Paulo Bento regressaram os bons resultados e o percurso foi quase imaculado até ao final da fase de grupos, tendo sido apenas manchado com a derrota na Dinamarca na última jornada que, juntando à vitória da Suécia sobre a Holanda noutro grupo, obrigou Portugal a disputar o play-off com a Bósnia-Herzegovina.
Paulo Bento há dois anos no comando de Portugal ©Catarina Morais
Numa repetição do play-off para o Mundial 2010, pois os bósnios também foram os adversários dos portugueses, Portugal voltou a levar a melhor, empatando a zero em Zenica e ganhando por 6x2 no Estádio da Luz.
Ainda assim, foi num clima de pessimismo que Portugal iniciou a campanha no Campeonato da Europa de 2012. Com Alemanha, Dinamarca e Holanda no grupo, poucos pareciam acreditar no sucesso da seleção que, na verdade, apenas parou...nas meias-finais.
Nas grandes penalidades frente à Espanha terminou o sonho de Portugal ser campeão europeu, depois de ter deixado para trás a Dinamarca e a Holanda na fase de grupos e a República Checa nos quartos-de-final.
A excelente prestação na Polónia e Ucrânia reconciliou os portugueses com a seleção e isso tem-se notado na fase de qualificação para o Mundial 2014. Portugal leva dois jogos e duas vitórias, sendo que nas duas partidas contou com um forte apoio do público. No Luxemburgo, o contingente português que lá vive não deixou escapar a oportunidade de apoiar os jogadores lusos e em Braga, frente ao Azerbaijão, a lotação do Axa esgotou.
Selecionador conseguiu devolver os portugueses à seleção ©Carlos Alberto Costa
O regresso do melhor Cristiano Ronaldo à seleção
As críticas em torno das exibições de Cristiano Ronaldo com a camisola de Portugal eram uma constante. Os portugueses queriam golos do melhor jogador português da atualidade mas a verdade é que não viam na seleção as maravilhas que o capitão da seleção fazia nos clubes que representava, primeiro o Manchester United e depois o Real Madrid.
A verdade é que com a chegada de Paulo Bento até os números de Cristiano Ronaldo melhoraram na seleção portuguesa. Com Carlos Queiroz, o número 7 apontou apenas dois golos em jogos oficiais, frente ao Luxemburgo, no apuramento para o Mundial 2010, e diante da Coreia do Norte, na prova realizada na África do Sul.
Com Paulo Bento, Cristiano Ronaldo marcou sete golos na fase de qualificação para o Euro 2012, tendo apontado mais três na fase final do Campeonato da Europa. No apuramento para o Mundial 2014, o capitão já conta com um golo em dois jogos. Contas feitas, 11 golos em 15 jogos oficiais por Potugal com Paulo Bento no comando.
As mudanças no 11 sem Bosingwa e Ricardo Carvalho
Com a chegada de Paulo Bento houve várias mudanças naquele que é o 11 tipo da seleção portuguesa.
©Catarina Morais
Rui Patrício tirou o lugar a Eduardo e passou a ser o novo dono da baliza da seleção. A defesa, por sua vez, deixou de contar com Ricardo Carvalho e Bosingwa, jogadores que foram afastados por Paulo Bento durante o apuramento para o Euro 2012. Com isso, Bruno Alves assumiu-se como titular e João Pereira, que nunca tinha ido à seleção, passou a ser o novo dono do lado direito.
No meio-campo, destaque para a presença de Miguel Veloso e de João Moutinho, jogador que inexplicavelmente ficou fora das contas de Carlos Queiroz no Mundial 2010 após ter sido dos mais utilizados na fase de apuramento.
No ataque, Hélder Postiga, que nunca foi opção com o anterior selecionador, passou a ser a referência no centro, ladeado pelos habituais Cristiano Ronaldo e Nani.