jsilva77 24-04-2024, 02:08
Noite de festa em Aveiro, com o regresso do futebol 'a contar' aos estádios portugueses. A primeira taça da época, a Super, vai de viagem até ao Porto, porque Jackson Martínez resolveu a partida aos 90 minutos, com o golo da vitória portista por 1x0.
Só Ricardo entrou nervoso nos estudantes
Como está adulta e madura esta Académica, sem complexos de equipa média ou de valor menor, mesmo que o adversário da noite se tenha chamado FC Porto, por sinal o bicampeão do nosso futebol. Não foi exuberante - nem pouco mais ou menos -, mas olhou o dragão bem de frente e travou uma luta na qual esteve sempre na disputa aos pontos até bem perto do fim. Cai de pé, como se diz.
O duelo, à boa maneira estudantil, teve algo de «caloiros versus doutores.» A Briosa, estreante no palco de uma Supertaça Cândido de Oliveira, apanhou pela frente o grande dominador da prova, agora com 19 Supertaças a reinarem no museu do Dragão. Ainda assim, e apesar do respeito natural, foi um «bando» de novatos a irritaram os mais credenciados pela história.
E por aqui já vamos nos momentos 'Porto' da noite de Aveiro. O campeão continua lento nos processos e Defour não é, claramente, João Moutinho. O primeiro foi titular, o segundo substitui-o aos 57 minutos. Ainda assim, foram do FC Porto as melhores ocasiões, como a bela jogada entre Lucho e Miguel Lopes: o lateral cruzou atrasado mas o remate de James acabou nas mãos seguras - agora sim - de Ricardo.
Até ao descanso, dois momentos. O primeiro, aos 39', num livre batido por Hélder Cabral. O topo norte do Municipal de Aveiro festejou, enganado pela ilusão de ótica da baliza oposta. Helton voou sem hipóteses mas a bola tocou na parte errada da linha. Por fim, aos 45', um cabeceamento de Mangala a assustar Ricardo.
Crescimento azul até ao thriller de Jackson
Agora, a vez de Jackson Martínez. O reforço colombiano dos dragões passou 45 minutos a jogar de costas para Ricardo e no primeiro lance do segundo tempo atirou por cima, já dentro da área academista. Mostra que tem «pés» para a bola, embora estes ainda procurem o caminho certo para o futebol portista. Contudo, iria resolver de cabeça, bem perto do fim. Mas já lá vamos.
Já com Moutinho em campo - só podia, face à nulidade de Defour -, o FC Porto cresceu na intensidade (nem sempre na qualidade) e forçou a Académica a um redobrar na concentração. Numa das vezes em que conseguiu esticar-se, Salim Cissé trocou os passos e esqueceu-se de rumar à baliza de Helton. Parecendo que não, estava quase isolado. Pouco tempo depois, uma história de redenção. Ricardo, o do nervosismo no corpo, brilhou ao mais alto nível. A defesa ao remate acrobático de Otamendi é soberba!
Vivia-se por esta altura, a 25 minutos do final, um assédio assombroso do FC Porto à baliza da Briosa, com o cenário a repetir-se das bancadas para o relvado. O dragão atravessava o melhor momento de todo o jogo, mas a baliza continuava um corpo estranho aos azuis e brancos. A Académica, essa, vestiu-se para sofrer e lá foi aguentando o sonho ao compasso disciplinado dos minutos, resistindo até ao golo anulado a Jackson. E Salim Cissé, aos 84', até teve na cabeça o chamado «golpe de teatro.»
No entanto, esse estava guardado a «sete chaves» para o minuto 90, qual ato apoteótico em Aveiro. Jackson Martínez, o reforço de peso, resolveu o jogo de cabeça, num golpe a bater Ricardo e que selou a conquista da 19ª Supertaça por parte do FC Porto. E assim, à primeira, Jackson resolveu o thriller.
1-0 | ||
Jackson Martínez 90' |