Ao 23º jogo oficial da temporada, o Benfica caiu. E a «estreia» a perder doeu a dobrar à formação da Luz que acabou eliminada da Taça de Portugal. O Marítimo venceu por 2x1 nos Barreiros e fica à espera de Sporting ou Belenenses nos quartos-de-final.
Jorge Jesus promoveu seis alterações no onze do Benfica, com Eduardo, Rúben Amorim, Matic, Nolito, Saviola e Rodrigo como novidades em relação ao dérbi de há uma semana, e foi deste último que surgiu o primeiro sinal de perigo digno de registo. Mas Ricardo, na baliza madeirense, mostrou-se à altura do remate em arco do internacional sub-21 espanhol.
O encontro na primeira parte viveu essencialmente dos duelos travados no meio-campo onde as águias foram quase sempre mais pressionantes. O Marítimo incomodou-se com o colete de forças que Matic e Witsel vestiam aos insulares e Eduardo passava uma noite tranquila. Na frente, o Benfica não fazia muito e aos 16' Witsel mandou para as nuvens um belo trabalho de Gaitán.
O nulo passaria à história aos 25 minutos. Nolito, sempre eléctrico mas pouco esclarecido, trabalhou bem sobre dois adversários e já dentro da área «enfia-se» entre Briguel e João Guilherme. O lance deixa dúvidas mas Paulo Baptista decidiu-se pela grande penalidade - e amarelo ao capitão do Marítimo - que Saviola converteu para o 0x1, com Ricardo ainda a tocar na bola.
Em desvantagem, a equipa de Pedro Martins procurou responder mas ofensivamente as coisas não saiam. O melhor que se pode anotar dos madeirenses nos primeiros 45 minutos surgiu a cinco do intervalo, quando Eduardo falhou uma saída dos postes que só não teve efeitos negativos para o Benfica porque ninguém da casa decidiu aceitar a oferta.
No arranque da segunda parte percebeu-se que o Marítimo se tinha soltado do colete de forças em que viveu no primeiro tempo e depois de Rodrigo ter criado perigo logo a abrir foi a equipa da casa a criar mais futebol e só não empatou aos 52' porque Eduardo fez uma defesa enorme a um remate à queima-roupa de Danilo Dias.
Golo de sonho de Roberto Sousa, Sami tirou-lhe o «chapéu»
Mas o internacional português nem sonhava o que ainda estava para vir. Aos 60 minutos, Roberto Sousa encheu-se de coragem e atirou de muito longe. Um remate perfeito para um dos golos do ano. Era o empate nos Barreiros com elevada nota artística. Logo depois, outra vez Eduardo a recordar porque já foi «número 1» em Portugal, com uma defesa de qualidade à ameaça de Héldon.
Renasceu o Benfica quando se viu com a corda na garganta e no mesmo minuto, o 74, esteve por duas vezes perto do empate. Primeiro foi Rodrigo a falhar o cabeceamento na cara de Ricardo e depois foi Nolito a ver o guardião da casa anular um remate com selo de golo. Aos 87' foi Aimar a ficar perto do golo encarnado mas a noite era de estreia, a das derrotas, para o Benfica. O Marítimo, esse, é de se lhe tirar o «chapéu» e dez anos depois voltou a bater o Benfica.
2-1 | ||
Roberto 60' Sami 70' | Javier Saviola 26' (g.p.) |