Benfica vence Feirense por 3-1

O Benfica venceu o Feirense por 3-1 em partida a contar para a 2ª jornada da liga mas o resultado não expressa exactamente a toada do jogo: os encarnados entraram por cima e podiam ter chegado à goleada, mas estiveram muito perdulários, depois os fogaceiros empataram e quase viraram o marcador. Quando a ousadia traiu Quim Machado, Jorge Jesus pôde finalmente celebrar os três pontos.

O Benfica não se assustou com o engano da sua águia real – que pousou nas costas de um adepto em vez de realizar o tradicional voo à volta do estádio – e puxou dos galões logo desde o início para mostrar ao Feirense quem deveria mandar na Luz.

Maxi esteve supersónico nos primeiros minutos e Aimar não parou um segundo no relvado, mas os fogaceiros conseguiram, com algumas dificuldades, ir controlando as investidas encarnadas e até subir à área de Artur: logo aos cinco minutos da partida, um jogador do Feirense caiu na área após o corte de Garay e surgiu um burburinho nas bancadas. Nada foi assinalado, o Benfica pegou na bola e seguiu a sua vida na procura do golo: Nolito, muito activo, foi  o primeiro a tentar o remate com perigo mas não teve pontaria no imediato.

Seguiu-se um lance de Saviola, que falhou a emenda na cara de Paulo Lopes por centímetros, após assistência de Javi García.

À terceira foi mesmo de vez e Nolito fez história: o espanhol deu vantagem às águias aos 14 minutos, ao concluir uma jogada com a partipação de Maxi e do compatriota Javi, mas mais do que isso alcançou um feito de Eusébio – facturou o quinto golo em cinco jogos consecutivos, o que só o Pantera Negra tinha conseguido com as cores do Benfica.

Como gosta Jorge Jesus, o 1-0 deu ainda mais ânimo aos encarnados na procura da baliza adversária e Gaitán, aos 18 minutos, tirou tinta ao poste. Numa das jogadas seguintes foi Pablo Aimar a ter tudo para fazer o 2-0 e a errar no momento decisivo.

Apesar de alguma apatia, que mostrou claramente o quanto o golo afectou os fogaceiros, o Benfica só não sofreu aos 21' porque tem, agora, um guarda-redes seguríssimo entre os postes: Artur limpou tranquilamente a tentativa do Feirense empatar. Pouco depois Bamba conseguiu, ele próprio, fazer com que o seu tiro não entrasse por notória falta de pontaria.

Sobre a meia-hora cresceu o entusiasmo e subiu de tom a reclamação na Luz, pois Cardozo isolava-se quando ouviu o apito do fora-de-jogo. Nolito não ligou ao ambiente e na investida seguinte fintou toda a gente e atirou a matar, só que falhou a mira por meia dúzia de centímetros quando Paulo Lopes já estava batido.

O intervalo chegou assim com 1-0 e ia dando ao Benfica uma vantagem justa, que Aimar quase ampliou logo após o reatamento.

Não ampliou, novamente, e o primeiro canto a favor do Feirense deu-lhe o golo do empate: decorriam 52 minutos quando Rabiola, o portista emprestado aos fogaceiros, cabeceou para o fundo das redes de Artur Moraes.

O resultado não virou aos 67 minutos pela mesma razão referida acima: devido à atenção do guarda-redes das águias, que defendeu com categoria o tiro de Diogo Rosado – isto depois do médio ter corrido todo o meio-campo e rematado à-vontade de meia-distância.

Aos 71 minutos o Benfica teve uma boa oportunidade de se recolocar na dianteira, através de um livre-bomba de Óscar Cardozo, só que o ex-benfiquista Paulo Lopes travou o disparo com uma excelente estirada. Pouco depois o paraguaio já não teve contemplações e, tendo só que encostar o rápido e certeiro lance de Maxi Pereira, não falhou e deu o 2-1 aos anfitriões.

Aos 84 minutos houve outra vez frisson na Luz mas porque Ludovic caiu na área, devido ao braço de Javi nas suas costas: o juiz Hugo Pacheco só apitou para dar amarelo ao 9 fogaceiro. O Feirense não desistiu e tentou o 2-2 com ousadia, após uma arrancada de Stopira, só que Jonathan foi desastrado na finalização.

Cardozo fez algo idêntico logo a seguir e foi Bruno César, entretanto lançado no jogo, quem acabou com as dúvidas ao rubricar o 3-1 com um grande golo.

O Feirense acabou por perder na Luz, mas vendeu cara a derrota no dia da estreia de Capdevila com a camisola encarnada.