FC Porto e Vitória de Guimarães cortam a fita da temporada 2011/2012 este domingo, em Aveiro. Dragões e vitorianos lutam pela Supertaça Cândido Oliveira, num duelo que fica marcado pela estreia de Vítor Pereira no comando técnico azul e branco. Para mais, o FC Porto pode conquistar a 18ª taça e forçar ainda um tri inédito na competição. Já os vimaranenses almejam repetir um feito com largos anos: em 1987/88 venceram a única Supertaça do currículo, precisamente contra os portistas.
Este será, portanto, um desafio por demais aliciante para qualquer um dos clubes.
Os campeões nacionais procuram ampliar o seu recorde de emblema mais titulado no país e nesta prova, em concreto, onde detêm mais Supertaças que todos os rivais juntos. Além disso, procuram agora, com Vítor Pereira, que se estreia oficialmente em terras lusas com o símbolo do dragão no principal lugar do banco, um feito nunca antes visto na competição: a Cândido de Oliveira nunca parou nas mesmas mãos em três anos seguidos.
Mesmo que o FC Porto o tenha tentado várias vezes. Os dragões têm bis em 1983/85, 1990/92, 1993/95, 1998/2000, 2003/2005 e, actualmente, 2009/2011. Todas as outras tentativas saíram frustradas, resta saber como vai ser este ano.
Para o Vitória, por outro lado, há um facto concreto a alimentar o sonho: os vimaranenses apenas têm uma taça destas no Castelo mas foi conquistada com arte, suor e saber, perante dragões. Na temporada de 1987/88 esta final jogava-se a duas mãos. Os azuis e brancos não foram capazes de marcar em nenhum dos jogos e os vitorianos, tirando partido de um nulo nas Antas e de um triunfo caseiro por 2-0, ficaram com o ambicionado troféu. Décio António e N'Dinga foram os heróis de branco nessa altura.
Recordando tempos mais recentes, é-nos imprescindível falar da última vez que portistas e vitorianos mediram forças: aí, na despedida da temporada passada, a balança inclinou-se claramente para o sector azul e quebrou no lado branco. Todos se lembram dos 6-2 da final da Taça de Portugal, onde James explodiu com um hattrick, onde Hulk marcou de canto directo, onde Rolando e Varela também desfeitearam Nilson.
Contudo, Pereira e Machado têm avisado que agora não será assim: aquele foi um confronto peculiar, entre duas equipas cansadas de tão longa época e onde um jogador em especial, o extremo colombiano, desequilibrou fortemente. O auto-golo de Álvaro Pereira e o tento de Edgar apenas amenizaram a dor vitoriana no Jamor.
Este domingo será diferente. Sê-lo-á necessariamente porque Machado apetrechou a sua equipa e tem agora um onze de aspirações e indíces físicos renovados. Sê-lo-á obrigatoriamente porque os dragões ainda não têm todas as suas estrelas disponíveis, e a cem por cento, e porque já não há no banco André Villas-Boas, mas o seu ex-adjunto, que tem ideias idênticas e tantas outras distintas, às quais o (pouco) retocado plantel se adapta.
Depois, esta é uma final por si só, um jogo que vale a glória e uma entrada triunfal, ou decepcionante, na nova temporada – veja-se o exemplo claro da Supertaça anterior, que deixou os dragões nos píncaros e o Benfica na mó de baixo. Para este domingo, de nada contam os 148 jogos oficiais entre FC Porto e Vitória já realizados. Os 92 triunfos azuis de nada valerão aos portuenses, bem como de nada contarão as 22 vitórias do Vitória ou os 34 empates. Esta Supertaça será decidida ali, no relvado do Municipal de Aveiro, naqueles 90 minutos. E, quando assim é, tudo pode acontecer.
2-1 | ||
Rolando 4' 41' | Marcelo Toscano 33' |