Dragão ao rubro com «final antecipada» da Taça de Portugal

FC Porto e Benfica disputam esta quarta-feira a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal numa fase da época em que o poderio dos dois emblemas está equilibrado. Os dragões continuam em alta na liderança do campeonato e vão entrar em campo a recordar os 5-0 com que brindaram o rival na 10ª jornada enquanto o Benfica vem de dez triunfos consecutivos e tem um melhor histórico nas partidas a eliminar. Prevê-se lotação esgotada para animar ainda mais um duelo escaldante.

Dragões e águias voltam a encontrar-se frente a frente ao segundo dia de Fevereiro para discutir uma «final antecipada» na Taça de Portugal. As meias-finais jogam-se, de 2008/2009 a esta parte, a duas mãos, pelo que é difícil que qualquer uma das equipas saia já deste embate a cantar vitória e a marcar viagens para o Jamor.

Esta ideia é reforçada pelo calendário - até porque o jogo da Luz é só em Abril -, pelo actual momento das equipas e pela opinião dos dois técnicos. O folgado triunfo azul e branco para a 10ª jornada da Liga Zon Sagres (5-0) é, para Jesus e Villas-Boas, «praticamente irrepetível nesta altura» e só o mais optimista dos adeptos portistas pensará em tal feito à entrada para o estádio.

A verdade é que os dragões continuam a vencer a quase totalidade dos seus compromissos – têm apenas uma derrota (face ao Nacional para a Taça da Liga) e três empates (Vit. Guimarães, Sporting e Gil Vicente) nas competições lusas – e lideram com uma margem confortável a tabela classificativa do campeonato, jogando um futebol agradável q.b. mas, muito mais do que isso, eficaz.

Só que do outro lado já não há um Benfica fragilizado pela queda na Supertaça ou a pensar nas melhores adaptações para parar as estrelas do FC Porto. Jorge Jesus perdeu e lamentou o adeus de David Luiz mas confiou no plantel que tinha antes da abertura do mercado para «vencer no Dragão», como antecipou em conferência: os reforços ficaram na Luz e será Sidnei a acompanhar Luisão no duelo com Hulk e, provavelmente, Falcao. O 9 colombiano ainda não estará a cem por cento – fez recuperação a semana toda - mas nem isso diminui os seus créditos como goleador ou «arma secreta».

Para além de toda a motivação que uma partida destas envolve, os encarnados vêm moralizados pela melhor série da temporada e chegam ao Porto com dez vitórias seguidas no currículo – três para a Taça da Liga, três para esta mesma Taça de Portugal e quatro para o campeonato. Jogadores como Salvio, Gaitán e Cardozo estão em boa forma e prometem dar mais trabalho aos defesas do FC Porto do que no último confronto.

Daí a referência ao equilíbrio, que curiosamente se verifica também no histórico global entre os dois clubes. Em 210 partidas registadas no zerozero.pt, o FC Porto ganhou 79 e o Benfica venceu 78, sobrando outras 53 como empates. Para a Liga Portuguesa, a balança está igualmente estabilizada: 153 confrontos, com os dragões a levar a melhor por pouco – 59 triunfos, 41 empates e 53 derrotas. Para a Supertaça, já houve 25 duelos, com o FC Porto a sair por cima em 13 dessas ocasiões, empatando sete e perdendo cinco.

Já na Taça da Liga e na Taça de Portugal é que o sorriso muda de cor. No único embate da Bwin Cup foi o Benfica a ter ascendente e na prova agora em disputa o saldo é também favorável aos encarnados – 31 jogos, sete vitórias do FC Porto, cinco igualdades e 19 triunfos das águias. Restringindo os dados da competição ao cenário desta quarta-feira, volta tudo ao equilíbrio inicial: 11 partidas, quatro vitórias para cada lado e três empates.

Quanto ao histórico mais recente é novamente a formação treinada por André Villas-Boas quem se dá por satisfeita: o FC Porto conquistou a vitória nos últimos três confrontos (5-0, 2-0, 3-1) e só perdeu dois (3-0 e 1-0) dos últimos onze duelos com o grande rival.

A sorte volta a mudar, na Taça da Portugal, quando olhamos para a final de 2003/2004 ou para as últimas meias-finais disputadas entre estes emblemas, em 1996/1997, ambas favoráveis ao Benfica.

Esta quarta-feira, a partir das 20h30, ficará a saber-se quem está mais forte no momento. Continuando um largo duelo de palavras pouco privado, Jesus diz que é o Benfica, Villas-Boas defende o seu FC Porto. O tira-teimas acontece entre o primeiro e o último apito de Paulo Baptista.