Pinhalnovense complica mas cai perante bombas de Hulk (2-0)

O FC Porto está nas meias-finais da Taça de Portugal mas teve de suar bastante a camisola para lá chegar. O Pinhalnovense complicou, e muito, a vida aos dragões e só caiu por terra aos 78 minutos graças a uma autêntica bomba de Hulk. Pedro Alves foi defendendo tudo o resto até que o «Incrível» voltou a colocar o esférico à larga do guarda-redes e assinou o 2-0 final em cima do último apito.

O FC Porto entrou a acelerar q.b. e o Pinhalnovense mostrou desde o primeiro segundo toda a motivação e confiança que lhe era atribuída nas vésperas deste jogo. Os homens de Pinhal Novo jogaram com as cores da casa enquanto a formação de Villas-Boas equipou com o amarelo alternativo. Quiçá inspirados por isso, os jogadores visitantes praticaram um futebol seguro e fizeram a vida negra aos azuis e brancos do Norte.

James Rodríguez foi titular pela sexta vez consecutiva e foi o primeiro dragão a causar perigo junto às redes de Pedro Alves. O guarda-redes do Pinhalnovense foi, senão o melhor, um dos melhores homens em campo e defendeu tudo o que havia para defender. Começou aí, aos quatro minutos, a opor-se às tentativas dos azuis e brancos. E não parou.

O próprio James, Hulk, Belluschi ou Guarín tentaram por inúmeras vezes rematar à baliza mas oscilaram entre a falta de pontaria e as «ofertas» de grandes estiradas ao guardião forasteiro. O FC Porto, apesar do que aqui dizemos quanto a oportunidades de golo, realizou uma exibição algo longe daquilo que o treinador havia exigido. E desta vez nem o intervalo refrescou as ideias dos dragões, volta e meia assobiados, a bom som, pelos seus próprios aficionados.

Voltando à descrição dos lances do primeiro tempo, são de referir o fraco cabeceamento de Hulk para as luvas de Pedro Alves (12 minutos), a grande desmarcação seguida de remate forte mas desviado de Mariano (14 minutos) e a boa oposição do guarda-redes do Pinhalnovense a um livre de Belluschi cobrado de forma traiçoeira, perto da meia-hora.

O argentino, à semelhança dos últimos jogos, continua a sua demanda na procura do golo e tentou novamente a sorte aos 34 minutos. Pedro Alves aplicou-se a fundo e evitou a activação do placar para desespero do número 7 e de toda a plateia dos dragões. No minuto seguinte deu-se o lance mais polémico da partida, com James a romper na área e a ser abalroado por um defesa do Pinhalnovense. O juíz Hugo Miguel mandou seguir mas as imagens televisivas mostram que há realmente contacto passível de grande penalidade.

O jovem colombiano deixou os protestos de lado mal se apercebeu da decisão do árbitro e seguiu a jogar na procura do golo. Pedro Alves, mais uma vez, impediu o 1-0 após o remate de primeira do número 19.

Se é verdade que o FC Porto foi coleccionando jogadas e ataques também é verdade que não praticou o futebol das últimas partidas nem foi capaz de exercer um domínio absoluto sobre os homens da II Divisão B. O Pinhalnovense, por seu turno, partia rumo à baliza de Kiezsek sempre que vislumbrava a mínima oportunidade para se acercar dela e causar frisson.

O intervalo deu aos jogadores de Villas-Boas uma assobiadela como ainda não tinham ouvido esta temporada e, do balneário, saiu Guarín para o lugar do apagado Ruben Micael. O esgotado Mariano foi pouco depois substituído por Varela.

O 0-0 no marcador estimulou ainda mais um motivado Fredy Guarín. O número 6, depois dos dois golos ao Marítimo para a Liga, não se coibiu de atirar de longe sempre que podia. Fê-lo aos 56 e 64 minutos, por exemplo, mas desta vez não teve sucesso. Belluschi imitou o companheiro de sector, igualmente sem recompensa.

O Pinhalnovense, graças à arte e engenho de Miguel Soares, é que ia tendo outra sorte. Mas Kieszek redimiu-se da falha com o Nacional com uma excelente defesa aos setenta minutos.

E aí surgiu Hulk. Aquele Hulk que os portistas idolatram. Decorriam 78 minutos quando o brasileiro puxou a culatra atrás e quase furou as redes de Pedro Alves com uma bomba indefensável. E quinze mil espectadores respiraram de alívio. Depois, mais relaxados, os jogadores do FC Porto ainda festejaram o 2-0, novamente assinado por Hulk. Foi difícil, sim, mas os dragões estão nas meias-finais da Taça de Portugal.