Foi com dois golos de El Avioncito Montero que o Sporting derrotou um Nacional que resistiu enquanto Marco Silva deu oportunidades, mas que sucumbiu quando o técnico dos leões voltou às cartas clássicas. O Sporting garante matematicamente o play-off da liga milionária e acalenta esperanças de ainda tentar o segundo lugar.
Falar do Sporting atual é falar de rotatividade, gestão física e o proporcionar de oportunidades ao plantel. É, também, olhar mais além, já para o que pode ser a próxima época, com sistemas e jogadores alternativos. Mas é, acima de tudo, falar de coragem, por parte de Marco Silva.
O treinador leonino tem feito a gestão que entende para os últimos jogos, em que o Sporting pouco tem a alcançar no campeonato, mesmo sabendo que corre riscos. O fio de jogo não é tão fluido como com Adrien Silva e João Mário e isso percebeu-se. A falta de uma referência para direcionar as transições (Nani) também.
Tudo isso influenciou uma primeira parte que não foi desinteressante, embora tenha estado muito longe de deslumbrar. Oportunidades (poucas) dos dois lados, a melhor nos pés de Tiago Rodrigues. Um ritmo sempre apenas razoável e um Nacional que pareceu mais sabedor do que fazer.
Só que as suas transições rápidas não resultaram melhor que o jogo lateralizado do Sporting, que teve em Cédric o destaque maior. O jogo era previsível e, mesmo com o Nacional a ter algumas falhas nas marcações ao segundo poste, os leões não souberam aproveitar.
Cartas clássicas
Mais igual a si, o Sporting foi diferente para melhor na segunda parte. Carrillo dá outra imponência ao futebol ofensivo da equipa e Adrien Silva tem uma rotação acima na forma como gere as despesas na zona nevrálgica.
Mesmo que exposto em uma ou outra transição que o Nacional não soube materializar, a equipa de Marco Silva chegou à vantagem de forma natural e justa, pelo que foi a progressão do desafio no arranque da etapa complementar.
Com meia hora para jogar, aos leões restava gerir a vantagem, perante um Nacional que acusava o golo de Montero. A equipa de Marco Silva quis mais, estava confiante e não se mostrava talhada para gerir num ritmo mais baixo.
Podia isso ter dado no golo da tranquilidade, também podia ter resultado no empate. Os riscos na zona defensiva podiam ter sido evitados, só que o Nacional nunca foi esclarecido na hora da decisão. Deu mesmo em confirmação do triunfo leonino, outra vez por Montero. Justo.