Empate no Vicente Calderón
Caldeirada que não deu em nada (0x0)
No Vicente Calderón, o dérbi de Madrid, reedição da final do ano passado, deu em grandes promessas, mas em poucos resultados. Intenso e frenético, muitas vezes jogado no limite, o jogo teve um grande Oblak no primeiro tempo a evitar que a boa entrada do Real desse em vantagem. O segundo tempo teve mais equilíbrio e acabou com a equipa da casa por cima. Tudo em aberto para o Santiago Bernabéu.
Portugueses no banco
Ao contrário do que estava previsto, Tiago e Pepe ficaram no banco. Mario Suárez jogou na vez do médio, Varane alinhou ao lado de Sergio Ramos no Real Madrid.
Entrada muito forte do Real Madrid, dinâmico e pressionante, frente a um Atlético de Madrid à sua imagem: operário, solidário e sofredor. Com uma excelente variação dos flancos (com Modric a música é outra) e um bom envolvimento dos laterais, a equipa de Ancelotti esteve por cima em quase toda a primeira parte.
Preso de movimentos, com um meio-campo estático na construção (Suárez e Gabi) e com Koke estranhamente muito abaixo do que é costume, a equipa da casa sempre teve dificuldades em ligar o seu jogo no primeiro tempo.
Aliás, se ao intervalo o empate estava chapado no marcador, era porque Oblak tinha sido enorme e intransponível na baliza, ajudando a castigar um Real Madrid que só não foi para os balneários a ganhar pela sua ineficácia à frente da baliza.
Bale viu Oblak negar-lhe o golo ©Carlos Alberto Costa
Ainda assim, o sinal estava dado: este Real Madrid está uns furos bem acima daquele que, por exemplo, tinha vindo ao Calderón ser goleado para o campeonato, por 4x0.
Por isso, foi obrigatório o uso das palavras por parte de Simeone, o qual apenas não tinha razões de queixa de Oblak e dos fervorosos adeptos, verdadeiro complemento ao défice qualitativo da sua equipa, que apenas tentou responder nas bolas paradas no primeiro tempo, mas sem sucesso.
Viragem, mas ténue
Daí que, na vinda dos balneários, se assistisse a uma clara tentativa de fluir com mais objetividade o seu futebol. Canalizando o jogo essencialmente para a direita, o Atlético tentou que fossem os (excelentes) cruzamentos de Juanfran a fazer a diferença. Só que não era dia.
Pulmão acabou
Kroos, Modric e James deram ao Real Madrid uma grande dinâmica e claramente a equipa ressentiu-se do enorme desgaste a que este trio foi sujeito.
Em suma, assistiu-se a uma segunda parte muito mais contida, pela postura de parte a parte. Os colchoneros fecharam melhor os espaços e os merengues não foram tão surpreendentes e dinâmicos, até porque o pulmão no miolo já não estava nas mesmas condições.
Por isso, os últimos minutos foram finalmente da equipa da casa. Com maior fulgor depois da entrada de Raúl Garcia, a equipa acercou-se da área dos merengues, que passaram por alguns sobressaltos e que contaram com um Varane em bom nível a suster as investidas.
Em suma, um jogo onde faltaram golos, mas no qual não se pode concluir que o empate tenha sido injusto, de todo. Para a semana há mais...