Marítimo derrota FC Porto
Dragão outra vez retido no Caldeirão, Marítimo vai à final (2x1)
O Marítimo carimbou a inédita passagem à final da Taça da Liga, ao bater o FC Porto com uma cambalhota no marcador, conseguida ainda na primeira parte. A equipa de Lopetegui mostrou muito pouca clarividência de ideias e voltou a cair na Madeira, perdendo a segunda competição da temporada.
Mudanças nos lados
Se Ivo Vieira apresentou o onze esperado, Lopetegui fez algumas mudanças. Ricardo Pereira e José Ángel foram os laterais, Hernâni jogou num dos flancos.
Pássaro na mão e a escapar
O Marítimo foi a equipa que entrou melhor. Sem permitir grandes espaços a um meio-campo do FC Porto claramente uma mudança abaixo do normal (a ausência de Herrera notou-se), a turma de Ivo Vieira esteve por cima nos primeiros 15 minutos. Acercou-se da baliza de Helton e ameaçou, mas não marcou.
Permitiu ao FC Porto tempo e capacidade para reagir. Ao fim do primeiro quarto de hora, e quase como um ponto de despertador, o remate de Hernâni espicaçou a equipa para virar o figurino da partida. Por isso, quando Evandro abriu o ativo, já havia uma sensação de naturalidade na partida, isto porque os dragões tinham sido bem melhores nesse quarto de hora.
Evandro abriu à bomba ©Catarina Morais
Só que a reação maritimista foi excelente. Um pouco de forma fortuita, mas muito bem aproveitado por Xavier, surge o lance que resulta na grande penalidade. Um golo que afetou psicologicamente os dragões (os recentes desaires na Madeira podem ter interferido no subconsciente) e atirou o Marítimo para os píncaros da motivação.
Embalados por isso mesmo, os insulares haveriam de terminar a primeira parte na frente. Nova desatenção portista e uma boa dose de classe na abordagem ao esférico ao primeiro toque fizeram com que o Marítimo, a três toques, concretizasse depois de um pontapé de canto.
Muita tática, pouca espaço
Para o arranque da segunda parte, esperava-se um FC Porto pressionante e a carregar sobre o adversário em busca do empate, mas tal não aconteceu no imediato. Em boa verdade, até à entrada de Tello, os portistas foram sempre previsíveis e tiveram muito pouco critério com bola. Além disso, a passividade a meio permitia ao Marítimo ganhar muitas segundas bolas.
A festa foi do Marítimo ©Vítor Parente
A entrada de Tello pareceu, num primeiro momento, melhorar o FC Porto, só que tal não passou de ilusão. A forma como o Marítimo fechou os espaços foi notável, pelo que nem a mudança tática de Lopetegui, quando passou para uma espécie de 3x4x3 (metendo Brahimi e tirando Ricardo), pareceu resultar.
Por isso, o espanhol voltou a mudar e a arriscar, lançando Gonçalo Paciência para o lado de Aboubakar. Aí sim, viu-se um FC Porto a 'viver' no último terço e mais próximo do golo, com vários cantos que colocaram em sentido a turma da casa. Porém, a alma verde-rubra já era enorme nessa altura e suficiente para anular todas as investidas dos azuis e brancos.
Pelo grande rigor tático e pela solidariedade entre os atletas, o Marítimo acaba por chegar com justiça à final da prova, onde defrontará o Benfica, em Coimbra.