Bruno de Carvalho não concorda com o arquivamento da queixa leonina quanto à não utilização de Miguel Rosa e Deyverson no Benfica x Belenenses e recorreu inclusive à palavra «vergonha» para definir a situação. Em discurso aceso, na noite de quinta-feira, no palco dos Prémios Stromp, o presidente do Sporting criticou Luís Duque, dirigente máximo da Liga Portugal, e pediu aos sportinguistas que defendam o clube em todas as circunstâncias, porque os tempos que aí vêm «não vão ser mais fáceis».
Começando pelo processo que tanta tinta fez correr nos últimos dias e que, segundo a edição do Record desta sexta-feira, pedia até a descida do Benfica caso se comprovasse o condicionamento das águias quanto ao onze da equipa do Restelo no referido confronto, o líder dos leões não teve meias palavras na análise: «O que se passou com os jogadores do Belenenses e com a decisão do presidente da Liga, suposto sportinguista, foi uma dupla vergonha», começou por dizer Bruno de Carvalho, rejeitando qualquer falha do emblema verde e branco na intervenção.
Saliente-se que a Liga arquivou o caso baseando-se na «insuficiência dos factos apresentados» pelos leões mas, mesmo assumindo que o clube não vai recorrer da decisão, o presidente do Sporting não deixou de reforçar a posição dos seus. «O Sporting pediu para se juntar os contratos dos jogadores ao processo e a Liga disse que não era preciso. É uma vergonha!», acusou.
«Nós temos aqui o Wilson Eduardo, que já jogou contra nós e marcou, tal como o irmão, o João Mário. O Adrien e o Cédric ajudaram a tirar-nos um título», lembrou ainda Bruno de Carvalho, segundo citação no jornal A Bola.
Entretanto, o foco do discurso trocou o passado pelo futuro mas as alfinetadas ao rival da Segunda Circular não ficaram por aqui. «Há pouco, nesta sala, estavam a falar do resultado do nosso rival [na Taça de Portugal]. Quero que se lixe o resultado do Benfica! Quero é que defendam o Sporting, quero é festejar as vitórias do meu clube», atirou, entre apelos à união leonina.
«É preciso que comecemos a pensar mais no clube que em nós próprios»
«Cada ato do Sporting é minorizado e os dos outros clubes são valorizados por pouco interesse que tenham. Estamos, enquanto dirigentes e homens, a atingir o limite. Não estou satisfeito, a luta que estamos a travar necessita de todos. O caminho é sinuoso, tem muitas pedras e temos de as tirar do caminho. Já bastam aquelas que os nossos rivais nos atiram», apontou.
«Os tempos não vão ser melhores, não vão ser mais fáceis. É preciso que os adeptos compreendam e abracem o caminho, que comecemos a pensar mais no clube que em nós próprios. Fragilizados já estávamos. Quanto mais ajudarmos os nossos rivais mais difícil será», alertou Bruno de Carvalho, de acordo com as páginas d'O Jogo.