Foi de forma pragmática, fria e eficaz que Kevin Kurányi entrou em jogo. O brasileiro, internacionalizado alemão muito cedo e com história na Mannschaft, voltou a aparecer na ribalta para garantir três pontos ao Dynamo Moskva e ferir o coração valente do Estoril, equipa que se apresentou de forma muito inteligente e que ficou a 13 minutos dos pontos.
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— UEFA Europa League (@EuropaLeague) 6 novembro 2014
Só que não seria isso um fatalismo. Couceiro tinha-o garantido e a equipa assimilou-o. Sabendo do grande poderio individual do adversário, não se tratou de uma entrada em campo muito acutilante, antes ponderada e muito lúcida.
Gerindo os tempos de jogo, a equipa voltava a apostar em Kuca e Sebá para os desequilíbrios pelos extremos. À espera do momento, os dois mostravam serviço cada vez que a bola lhes chegava e o espaço era dado pelo adversário, o que era uma realidade, ainda que camuflada nas abordagens à bola, onde a agressividade compensava.
Claro que a condução do jogo era predominantemente do Dynamo. Mais apetrechado fisicamente, com poder no meio campo, o conjunto russo entrou forte e testou os reflexos de Kiesczek, só que, no gelo, o polaco sentia-se quase em casa e era eficaz a travar as investidas.
O primeiro tempo podia resumir-se a uma tendência para o jogo agradável, partido em alguns momentos, com mais Dynamo, só que com um Estoril a demonstrar uma boa cara e a reduzir os erros - apenas o lado esquerdo da defesa cometia alguns desequilíbrios, não por Emídio Rafael, mas porque Kuca não fechava tão bem como, do outro lado, Sebá.
Outra vez o mesmo filme
O Estoril cresceu na segunda parte. Tornou-se mais arrebitado, mais descontraído e mais esforçado na procura dos pontos. Não se limitando a segurar o 0x0, a equipa de Couceiro subiu no terreno à procura de mais.
Esse atrevimento contou com um nome determinante: Tozé. O jovem médio português cresceu muito na partida e foi o grande impulsionador dos momentos com bola que os canarinhos tiveram. Esiti também foi contagiado e os portugueses chegaram muito perto da baliza contrária, com perigo acentuado, só que outra vez sem golos.
Nisso, o filme tornou a ser o da Amoreira. Os russos foram mais eficazes. Apesar de, desta vez, terem jogado bem mais e de terem criado mais oportunidades, a equipa moscovita teve novamente a frieza que faltou aos lusos para o momento da verdade.
Para as contas, tarefa muito complicada para o Estoril, que já não depende de si próprio para chegar à próxima fase. Uma tarefa que está longe de ser fácil, por mais que a esperança exista.