O Benfica venceu a primeira de três finais na Liga dos Campeões ao derrotar o Monaco por 1x0, mantendo-se na corrida pelo apuramento para os oitavos de final da competição. Anderson Talisca apontou o único golo de um jogo em que os monegascos mostraram ter a lição bem estudada e só de bola parada é que os encarnados conseguiram chegar a vantagem aos 82 minutos.
Pela primeira vez esta temporada em jogos da Liga dos Campeões, o Benfica entrou bem. Com Anderson Talisca em bom plano, tanto no apoio a Derley, como na ajuda a Samaris e Enzo Pérez no meio campo, os encarnados mostraram vontade em chegar ao golo nos primeiros minutos e estiveram perto de o conseguir.
Com Talisca a desequilibrar em zonas mais interiores e a soltar a bola para os corredores, o Benfica esteve perto de marcar aos cinco minutos, com Salvio a rematar ao lado da baliza defendida por Susasic. Foi a melhor oportunidade criada pelos encarnados até à entrada para o tempo de compensação da primeira parte, altura em que Gaitán, após bom lance individual de Salvio, viu Andrea Raggi, com o pé, a impedir a bola de entrar na baliza do Monaco.
Aos cinco e aos 45 minutos aconteceram os melhores momentos do Benfica na primeira parte, mas entre esses dois períodos assistiu-se a uma partida equilibrada e jogada da forma que o Monaco pretendia. Sem precisar de arriscar e com a pressão do lado dos encarnados, Leonardo Jardim montou uma equipa inicial com três jogadores declarados no meio campo e com eles conseguiu manter o adversário longe da sua baliza.
O pragmatismo dos monegascos era demasiado evidente, com os jogadores a preferirem jogar pela certa em vez de arriscar e não cometendo erros que o Benfica pudesse aproveitar. Sem bola, o Monaco conseguiu fechar os corredores e por isso, à exceção dos lances já referidos, quase nem se deu pela presença dos desequilibradores Salvio e Gaitán, além de que Maxi Pereira e André Almeida não foram capazes de criar desequilíbrios no ataque.
Com isso, o Benfica quase não existiu ofensivamente, sinal de que o Monaco, para quem o empate era um bom resultado, tinha a lição bem estudada e jogava como queria no Estádio da Luz: mais preocupado em não deixar o adversário atacar, do que propriamente em chegar à baliza de Júlio César.
A segunda parte foi diferente da primeira, embora os comandados de Leonardo Jardim tenham continuado a anular os pontos fortes do Benfica. O jogo deixou de ser tão «enfadonho» no meio campo e tornou-se mais partido, com oportunidades junto de ambas as balizas, ainda que o Monaco fosse a equipa que criasse mais perigo, nomeadamente através de Yannick Ferreira-Carrasco, luso-belga que obrigou Júlio César a duas boas defesas para manter o empate. Por sua vez, Subasic, guarda-redes dos monegascos, aplicou-se uma vez para defender um remate de fora da área de Talisca.
Mas na tentativa de aproveitar a maior intranquilidade do Benfica, o Monaco subiu as linhas e aproximou-se mais vezes com perigo da área dos encarnados. O nulo no marcador mantinha-se e Jorge Jesus, sabendo que era obrigatório ganhar para poder continuar a sonhar com o apuramento, arriscou na primeira alteração, tirando Samaris para colocar Lima. Porém, a toada manteve-se e a equipa que esteve mais perto de marcar foi a visitante, com Lacina Traoré, após ter deixado Jardel para trás, a rematar a centímetros do poste.
Só de bola parada, a 15 minutos dos 90, é que o Benfica voltou a chegar com perigo à baliza de Subasic. Lima cabeceou ao lado, mas o lance serviu para os encarnados «espevitarem» para a etapa final da partida e jogarem mais sobre o meio campo defensivo do Monaco. Foi nessa altura que as águias ganharam algum ascendente e conseguiram chegar ao golo que as mantêm vivas na Liga dos Campeões. Novamente de bola parada, desta vez na sequência de um canto cobrado por Gaitán, Derley desviou o esférico ao primeiro poste e Talisca, completamente sozinho junto ao segundo, empurrou a bola para o fundo da baliza. Estavam decorridos 82 minutos quando se deu a explosão de alegria na Luz e até final os encarnados mantiveram a vantagem que lhes permite sonhar com os oitavos de final, embora Jardel tenha cometido grande penalidade ao jogar a bola com a mão dentro da área logo a seguir ao 1x0.