Não é uma luta obrigatoriamente entre apenas CR7 e Messi, só que, olhando para os últimos seis anos, ou é um ou é outro a ser designado como Melhor do Mundo pela FIFA. Platini veio recentemente dizer que, em ano de Mundial, deveria ser um alemão a vencer, mas a tendência parece voltar a ser para a dupla que tem encantado o futebol do novo milénio com a sua rivalidade.
Duas contra Quatro
Em 2008 e em 2013, Cristiano Ronaldo foi o melhor do Mundo. Pelo meio, Lionel Messi arrecadou a distinção quatro vezes.
Há Bale, James, Neymar, Suárez, Di Maria, Ibrahimovic, Neuer ou Müller, mas a discussão vai sempre parar em torno dos dois de sempre. É entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi que a luta parece voltar a estar centrada para o prémio, pelo que tudo conta.
O campeonato
Depois de nem Real Madrid, nem Barcelona terem vencido a liga espanhola - foi para o Atlético de Madrid - o português, à semelhança do que aconteceu há um ano atrás, está a realizar um arranque de época verdadeiramente explosivo. No Real Madrid, leva já 11 jogos consecutivos a marcar, com uma impressionante média de 2.00 golos por jogo no campeonato, onde vai batendo recordes quase todos os fins-de-semana.
Lidera de forma folgada a tabela dos melhores marcadores com 16 tentos, tantos quanto têm Neymar (9) e Messi (7) juntos, para além de ser o melhor marcador dos campeonatos europeus - a propósito, venceu a Bota de Ouro da época passada, em igualdade com Luis Suárez.
Num ano onde o português esteve a contas com uma lesão que se arrastou, pela decisão de não perder a reta final da época e o Campeonato do Mundo, o jogador atuou em sub-rendimento durante vários meses, o que o condicionou em alguns compromissos, como a Supertaça de Espanha, onde esteve despercebido na dupla eliminatória perdida para o Atlético de Madrid.
CR7 ganhou a Champions na Luz ©Catarina Morais
Ainda assim, mantém uma média superior a um golo por jogo em 2014: são 49 golos em 47 partidas, contra os 43 tentos em 54 jogos de Lionel Messi.
A Liga dos Campeões
A prova máxima de clubes foi para os merengues pela décima vez. É certo que o golo de Sergio Ramos foi decisivo para isso, tal como também é certo que Ronaldo não esteve nas melhores condições físicas, mas não abdicou de estar num evento que, para além de ter todo o misticismo normal, se realizou em Portugal.
Marcou, de grande penalidade, e fechou o 4x1 com 120 minutos nas pernas para conseguir o maior desejo de Florentino Pérez desde o seu regresso à liderança merengue. Isto para além de se ter consagrado como o melhor marcador da prova, com um número nunca antes alcançado em apenas uma edição: 17 golos em 11 partidas.
Messi chegou com o seu Barcelona aos quartos de final, mas tombou contra a equipa de Diego Simeone, sem que o 10 argentino aparecesse com influência para poder decidir.
Messi só parou na final com a sua Argentina ©Bruno Domingos/ Mowa press
O Mundial
No Brasil, para onde se dizia que Lionel Messi apostava tudo para se consagrar na história com o título mais ambicionado, o argentino ficou claramente por cima do português, ainda que com o amargo de boca de ter perdido a final para a Alemanha.
Messi marcou quatro golos, recebeu quatro nomeações para Man of the Match e arrecadou o prémio de melhor jogador da prova, numa competição onde Cristiano Ronaldo sofreu os dividendos do esforço físico feito no final da época e esteve claramente em sub-rendimento, como o próprio haveria de admitir depois.
Com Portugal, Ronaldo fez apenas três jogos, marcou um golo contra o Gana e 'veio para casa' bem mais cedo do que desejava (tal como todos os portugueses), numa prestação sem brilho e com muitas interrogações sobre o planeamento, tema debatido e rebatido posteriormente.
Confronto direto
Habituados, desde que o português se mudou para Espanha, a realizarem quatro, cinco ou seis jogos por ano um contra o outro (nas respetivas equipas), Ronaldo e Messi viveram um atípico 2014, ainda apenas com dois confrontos diretos no mesmo relvado.
Raio X [Jogador] |
| vs | |
Cristiano Ronaldo | | Lionel Messi |
Em março, num alucinante 3x4 no Bernabéu, Lionel Messi levou a melhor, com três dos quatro golos dos Blaugrana, numa partida em que Ronaldo fez um dos tentos dos Blancos.
Desta vez, foi Cristiano Ronaldo a ficar por cima, quebrando o recorde de Bravo, que ainda não tinha sofrido golos para o campeonato. O português até podia ter feito mais no segundo tempo, mas não deixou de ganhar no duelo particular com um Messi que praticamente não apareceu, isto para além da vitória coletiva do Real Madrid.
Em novembro, as duas estrelas que mais brilham voltam a ter duelo marcado em novembro, no Palco dos Sonhos. Old Trafford recebe o particular entre Portugal e Argentina, que será bem mais do que um amigável para duas figuras de proa, insaciáveis na vontade de ganhar.
Fica a dúvida: será esse jogo vital para as contas ou a Bola de Ouro já terá destino definido?
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