A realização da Taça das Nações Africanas, em janeiro do próximo ano, em Marrocos, pode estar em risco. Tudo por causa do risco de contaminação com o vírus ébola. Jürgen Klopp, treinador do Borussia Dortmund, é o primeiro a vir a público defender a suspensão da prova.
A organização da Taça das Nações Africanas (CAN) foi, inicialmente, entregue à Líbia mas posteriormente passou para a responsabilidade de Marrocos. Contudo, o Governo do país pondera recusar a organização da competição de forma a evitar a propagação do vírus ébola.
As notícias sobre o tema começaram a surgir ontem, avançadas pelo canal de comunicação sul-africano Supersport, o maior grupo do setor no continente.
Diz a referida televisão que a decisão do Governo já foi tornada pública pela federação marroquina de futebol à Confederação Africana de Futebol (CAF), organismo que rege o futebol de África.
Há, agora, e apesar de nada ser definitivo, três posições dos marroquinos em cima da mesa: adiar a realização da prova para 2016, assumir a organização do evento futebolístico em 2017 ou optar pela renúncia total.
A CAF já estará a estabelecer contactos com o objetivo de perceber a disponibilidade do Gana ou da África do Sul para realizarem a competição.
Em Marrocos, já em dezembro, também está prevista a realização do Campeonato do Mundo de Clubes, no qual já estão garantidos o Real Madrid, o San Lorenzo, da Argentina, o At. Tetouan, de Marrocos, o Auckland City, da Nova Zelândia e o Cruz Azul, do México.
Klopp quer suspensão
O treinador do Borussia Dortmund é o primeiro a vir a público defender a suspensão da prova africana.
«Não sei se os jogadores pensam nisso [ébola] mas eu penso bastante. Falei com o Aubameyang [Gabão] sobre isso e tentei sensibilizá-lo sobre o problema. Os mais novos são ´verdes`, não pensam muito sobre estas coisas», afirmou Jürgen Klopp, deixando um recado ao organismo que rege o futebol a nível mundial.
«Não consigo perceber como é que a FIFA, ou quem quer que seja responsável, possa assumir que as fronteiras africanas sejam suficientemente seguras para que nenhuma pessoa infetada possa viajar para outro país. Nem na Europa conseguimos garantir que isso aconteça. Se há um país em África que sente que não estão reunidas as condições para se organizar a CAN, a prioridade deve ser a suspensão da prova e não a sua realização. Isto tem que ser levado a sério e não podemos fechar os olhos. Serão muitas as pessoas em Marrocos, vindas de toda a parte de África para ver os jogos e apenas algumas delas usufruem de bons cuidados médicos», frisou.