A seleção portuguesa vai estar, pela primeira vez desde que Fernando Santos é selecionador, num jogo a doer. Com o técnico na bancada, são vários os pontos que podem ser decisivos para Portugal regressar às vitórias e encarreirar para um apuramento mais tranquilo. O zerozero.pt colocou-se em campo para analisar o que pode ser fundamental, em escolhas e análise do adversário, para o triunfo.
O encontro frente à França não foi positivo em termos de resultado, mas deu para tirar ilações - algumas não necessariamente positivas.
Certezas:
- 4x4x2: a mudança tática parece ter vindo para ficar. O losango dos quatro homens do meio-campo não foi perfeito, sobretudo na forma como os laterais portugueses eram dobrados defensivamente, mas mostrou evoluir com o passar do tempo e, no final, foi elogiado por vários jogadores (este domingo, também pelo capitão Ronaldo)
- William Carvalho: o médio do Sporting não foi titular, mas entrou bem e parece ser quem tem mais condições para a posição 6. Tiago elogiou-o e admitiu sentir-se melhor a jogar mais à frente
- Nani: não fez um jogo deslumbrante, mas voltou a dar provas de que tem retomado a sua melhor face. O extremo tem recuperado confiança no empréstimo aos leões e a seleção ganha com isso
- Alternativas válidas: se a partida no Stade de France provou algo é que a teoria de que Portugal só teria 11 jogadores de qualidade é totalmente errada. Quem entrou no jogo acrescentou qualidade à equipa, com João Mário à cabeça, mas também com Quaresma e Éder, que mostraram ser opções para futebol mais flanqueado, à 'moda antiga'.
Dúvidas:
- Laterais: parece ponto assente que Cédric Soares e Eliseu não tiveram um jogo feliz. Não estiveram mal a atacar, mas pareceu sempre curto, só que foi a defender que o problema foi maior. É certo que os médios demoraram a 'saber fechar', embora a abordagem dos dois não tenha sido a melhor, como se viu nos golos. Ivo Pinto e Antunes espreitam uma oportunidade
- Acompanhante de Pepe: Bruno Alves foi o titular, Ricardo Carvalho fez a segunda parte. Portugal sofreu um golo com cada um, embora pouco pudessem ter feito mais. O jogador do Monaco teve um regresso positivo, mas o central do Fenerbahçe deve manter o posto
- Número 10: Danny atuou durante 85 minutos, André Gomes jogou como interior e saiu ao intervalo. Com três dias de intervalo entre os dois jogos, fica a dúvida se o jogador do Zenit será o escolhido, para dar fluidez, ou se será o novo patrão do Valencia, que tem a mais-valia da estatura física
Como Ronaldo é a figura portuguesa, Eriksen é a dinamarquesa ©João Figueiredo
Portugal mede forças com uma equipa com quem se tem cruzado (recentemente defrontou a Dinamarca na qualificação para o Euro 2012 e no próprio europeu). Se Portugal vem de uma derrota, na fase de qualificação, contra a Albânia, os dinamarqueses também não fizeram muito melhor e só conseguiram o empate nos minutos finais. Não estão, portanto, num momento totalmente bom.
Pontos a reter sobre a Dinamarca:
- Continuidade e renovação: Morten Olsen, de 65 anos, é selecionador desde 2000 e experiência não lhe falta. Depois de falhado o Mundial 2014, o técnico está a tentar dar sangue novo à equipa, apostando em jovens e em atletas com poucos jogos internacionais
- 4x3x3: A seleção da Dinamarca apresenta um 4x3x3 puro, embora com um estilo de jogo muito diferente daquele que a portuguesa, também com essa tática, utilizava. Neste caso, o futebol é muito menos apoiado, mais direto e jogado sobretudo no corredor central, com pouca tendência para procurar as linhas
- Possível Ausência do patrão: Daniel Agger está lesionado e já tinha falhado o jogo contra a Albânia (bem se notou). A Dinamarca tem a sua voz de comando em dúvida, o que pode ser positivo para as cores portuguesas
- Bolas paradas: Esta é, talvez, a maior arma dos dinamarqueses. Altos e possantes, os jogadores de Olsen podem fazer a diferença neste capítulo, onde são muito agressivos e no qual têm um exímio marcador
- Christian Eriksen: É este o cobrador das bolas paradas. Com uma excelente colocação de bola (como o Benfica viu em White Hart Lane na época passada), o médio do Tottenham é o patrão da equipa e tem uma qualidade técnica e visão de jogo que obrigam a um alerta constante - tem 45 internacionalizações com 22 anos, o que diz quase tudo
- Pierre-Emile Höjbjerg: Trata-se da novo 'menino bonito' do futebol dinamarquês. Tem apenas 19 anos e já demonstra muito futebol nas veias
- Nicklas Bendtner: Inevitável falar do avançado, um dos que mais mossa costuma fazer a defesas nacionais (o FC Porto também já o provou, negativamente). Esta época, mudou-se para o Wolfsburg e, em oito jogos, ainda não marcou, só que a tendência para marcar a Portugal é tanta...