Ao ranking português dá muito jeito (até porque a França é um concorrente direto), ao FC Porto ainda mais, visto que há um forte investimento para recuperar o lugar de maior relevo em Portugal, depois de uma época em que o Benfica reinou. Para isso, basta não perder contra o Lille.
Os dragões trazem uma importante vantagem de França, fruto do golo de Héctor Herrera, mas registam também a certeza de que há uma grande diferença qualitativa entre as duas equipas, o que ficou espelhado nesse 0x1 no Pierre-Mauroy.
E outra diferença foi visível: aquele FC Porto mostrou muito mais vontade de seguir para a fase de grupos da Liga dos Campeões do que o Lille, que não teve capacidade para anular os portistas, bem como pouca entrega para inverter o resultado.
Só que ainda só estão jogados 90 minutos. Faltam outros 90 (pelo menos) e os 8,6 milhões de euros da entrada na fase de grupos ainda não estão garantidos, pelo que a palavra de ordem é a de concentração máxima.
Julen Lopetegui já avisou na conferência de imprensa: a responsabilidade que está sobre os ombros do grupo é grande, mas ninguém dentro do clube foge a essa responsabilidade e está ciente da importância que a partida tem para o resto da temporada.
Quaresma está de volta
O técnico tem dito com insistência que não tem um onze fixo e que ninguém se pode considerar titular. Mais do que as palavras, estão as ações, e Quaresma pôde provar a atitude do técnico.
O capitão jogou apenas três minutos em França, amuou, não foi convocado contra o Paços de Ferreira e volta agora. Provavelmente para ser titular e certamente com a ideia aclarada de que não existem lugares cativos na equipa.
Exemplo disso é também Adrián López. O reforço mais caro para esta temporada (11 milhões de euros por 60% do passe) teve nova oportunidade diante dos castores, mas voltou a passar ao lado do jogo e tem cada vez menos créditos para poder entrar no onze, sobretudo porque agora também há Aboubakar (ainda que não possa jogar esta partida).
De fora fica, de certeza, Cristian Tello. O extremo teve o azar de uma lesão muscular lhe bater à porta e falhará os próximos compromissos dos azuis e brancos - talvez só volte... na fase de grupos da Champions.
Adversário traiçoeiro
O Lille mostrou uma imagem muito pálida no jogo da primeira mão e até saiu do relvado em plena comunhão com os adeptos, com aplausos mútuos. Baixar os braços? Reconhecimento do poderio do rival? Ou bluff?
Provavelmente uma mistura de vários fatores, mas não é nada crível que a formação francesa se apresente no Dragão para cumprir calendário. A posse de bola será, quase de certeza, de predomínio portista, só que os de René Girard irão certamente apostar nos erros do adversário para mostrarem o porquê de terem ficado no terceiro lugar da Ligue 1 da época passada, à frente de clubes como Lyon ou Marseille.
E, como tem sido dito, este Lille costuma dar-se melhor nos jogos fora de casa e com menor pressão. Portanto, que não se pense na Invicta que serão favas contadas. O importante é mesmo, no fim, contar... dinheiro.
Onzes prováveis:
2-0 | ||
Yacine Brahimi 49' Jackson Martínez 69' |