Diasmartins 26-04-2024, 01:43
O futebol português terá esta temporada um novo representante na Europa. Trata-se do Rio Ave, equipa que fruto de ter chegado à final da Taça de Portugal na época passada vai estrear-se nas provas da UEFA, tornando-se na 23.ª equipa lusa a participar nas competições internacionais. Quando entrar em campo na Suécia diante do IFK Goteborg, a 31 de julho, o clube de Vila do Conde vai dar continuidade a uma história que começou a 4 de setembro de 1955.
Foi nessa data que o Sporting se tornou no primeiro representante português nas competições europeias, defrontando o Partizan. Os leões deram o mote e depois deles mais 21 equipas portuguesas atuaram nas provas da UEFA. Por esta ordem seguiram-se FC Porto, Benfica, Leixões, Vitória de Setúbal, SC Braga, Académica, CUF, Belenenses, Boavista, Vitória de Guimarães, Portimonense, Chaves, Estrela da Amadora, Salgueiros, Marítimo, Farense, Beira-Mar, União de Leiria, Nacional da Madeira, Paços de Ferreira e Estoril.
Refira-se que nesta contagem não estão contabilizadas as presenças de equipas portuguesas na Taça Cidades com Feira, prova que não é reconhecida pela UEFA. Assim, Liga dos Campeões, Liga Europa e Taça das Taças são as competições que fazem parte desta pesquisa.
Assim, até ao momento o Benfica é a equipa portuguesa que conta com mais jogos disputados em provas organizadas pelo organismo que rege o futebol europeu (374), seguindo-se FC Porto (325), Sporting (263), Boavista (100), SC Braga (99), Vitória de Guimarães (56), Vitória de Setúbal (40), Marítimo (32), União de Leiria (18), Nacional da Madeira (18), Académica (14), Belenenses (14), Paços de Ferreira (14), Leixões (10), Estoril (10), CUF (4), Chaves (4), Estrela da Amadora (4), Portimonense (2), Salgueiros (2), Farense (2) e Beira-Mar (2).
Sporting
Além de ter sido o primeiro clube português a competir numa prova da UEFA, o Sporting ficou para a história da Taça dos Campeões Europeu, hoje designada Liga dos Campeões, por disputar o primeiro encontro da competição. Os leões nem tinham ganho o campeonato anterior, mas o reconhecimento internacional da equipa dos «cinco violinos» era enorme, razão que levou a que os leões fossem um dos 16 convidados a participar na primeira edição da prova.
Assim, a estreia do Sporting nas provas da UEFA aconteceu a 4 de setembro de 1955 e o Partizan foi o primeiro adversário. Com o Estádio do Jamor como palco, os verdes e brancos, orientados por Alejandro Scopelli, empataram a três bolas com os sérvios e apontaram o primeiro golo de toda a história da Liga dos Campeões.
João Martins, aos 14 minutos, abriu a contagem para o Sporting e tornou-se no primeiro jogador a marcar na prova. No entanto, antes do intervalo, o Partizan restabeleceu a igualdade por intermédio de Milorad Milutinovic e logo a abrir a segunda parte o mesmo jogador bisou e colocou os forasteiros na frente. Joaquim Pacheco, aos 58 minutos, apontou o 2x2, mas Stjepan Bobek, ao minuto 73, voltou a colocar a turma de Belgrado na frente. Todavia, João Martins, a 12 minutos dos 90, bisou no encontro e estabeleceu o resultado final de 3x3.
De referir, a título de curiosidade, que na segunda mão o Sporting acabou por ser derrotado por 5x2. Milorad Milutinovic, que no Jamor tinha-se tornado no primeiro jogador a marcar dois golos num jogo da Liga dos Campeões, dobrou a dose na Sérvia e assinou o primeiro poker da competição, tendo Stanoje Jocic apontado o quinto golo. Pelos leões, Valter de Castro apontou os dois golos.
FC Porto
Um ano depois do Sporting, o FC Porto tornou-se no segundo representante português nas provas da UEFA ao estrear-se na Taça dos Campeões Europeus com uma derrota por 1x2 no Estádio das Antas frente ao Athletic Bilbao, a 20 de setembro de 1956.
Comandados por Flávio Costa, os azuis e brancos sofreram um golo logo aos oito minutos, tendo Agustín Gaínza sido o responsável por bater o guarda-redes Acúrsio. Na segunda parte, José Maria, ao minuto 54, restabeleceu o empate, mas Canito, a 15 minutos dos 90, apontou o segundo tento da turma espanhola e ditou a derrota na estreia do FC Porto nas competições da UEFA.
Refira-se que na segunda mão os dragões voltaram a perder, desta vez por 3x2. José Luis Artetxe, autor de um hat-trick, apontou os três golos do Athletic Bilbao, enquanto o FC Porto faturou por intermédio de Hernâni e Jaburú. Diga-se ainda que os dragões terminaram o jogo com menos dois jogadores, devido às expulsões de Virgílio e Jaburú, aos 78 e 83 minutos, respetivamente.
Benfica
Também na Taça dos Campeões Europeus, o Benfica foi o terceiro representante português nas provas da UEFA, mas o primeiro a disputar o primeiro jogo fora de Portugal. O primeiro encontro das águias, disputado a 19 de setembro de 1957, foi no reduto do Sevilla e terminou com o triunfo dos andaluzes por 3x1.
Otto Glória era o treinador dos encarnados e do banco viu a turma espanhola adiantar-se no marcador já na segunda parte, com Pahuet a faturar aos 46 minutos. Apenas dois minutos depois, Francisco Palmeiro restabeleceu o empate para o Benfica, fazendo o 1x1, mas Antoniet e Pepillo, aos 59 e 79 minutos, respetivamente, apontaram os golos que garantiram o triunfo do Sevilla no Estádio de Nervion.
Na segunda mão, disputada no Estádio da Luz, os encarnados não foram capazes de dar a volta ao resultado negativo do primeiro jogo, acabando por permitir um empate a zero que apurou os espanhóis para a fase seguinte.
Leixões
Ao vencer a Taça de Portugal no Estádio das Antas frente ao FC Porto em 1961, o Leixões ganhou o direito a estrear-se nas competições da UEFA e a tornar-se na primeira formação lusa a competir na Taça das Taças.
O Chaux-de-Fonds, da Suíça, foi o primeiro adversário do clube de Matosinhos e o jogo de estreia aconteceu em solo helvético, a 7 de setembro de 1961, terminando com uma goleada de 6x2.
Orientada pelo argentino Filpo Nunez, a turma portuguesa não entrou bem na partida e ao intervalo perdia por 2x1, depois de Charles Antenen e Kurt Sommerlatt terem apontado os primeiros dois golos e de Oliveirinha ter reduzido a diferença. Na segunda parte, os suíços continuaram mais fortes e aos 67 minutos já venciam por 6x1, com dois bis assinados por Heinz Bertschi e Richard Jager. O Leixões apenas voltou a marcar a quatro minutos dos 90, novamente por intermédio de Oliveirinha.
No entanto, apesar do primeiro jogo ser sempre histórico, aquele que na verdade ficou para a história foi o da segunda mão, pois à goleada sofrida na Suíça o Leixões respondeu com outra goleada, ganhando ao Chaux-de-Fonds por 5x0 e eliminando os helvéticos. No Campo de Santana, em Matosinhos, a turma do Mar marcou por Osvaldo Silva, Oliveirinha, ambos jogadores que bisaram, e Ventura.
Nessa época, o Leixões chegou até aos quartos-de-final da Taça das Taças, tendo eliminado, além do Chaux-de-Fonds, o FC Progresul (1x1 e 0x1). A saída da Europa aconteceu aos pés dos alemães do FC Carl Zeiss Jena (1x1 e 1x3). Refira-se que contra a equipa da República Democrática Alemã (RDA) a turma de Matosinhos teve que disputar os dois jogos fora de casa. Os germânicos propuseram ao Leixões que jogasse ambas as partidas na RDA com todas as despesas pagas, mas a proposta não foi aceite. Porém, perante a recusa do Leixões, o Estado português, liderado por Salazar, recusou os vistos de entrada aos jogadores alemães e por isso os jogos tiveram mesmo que ser disputados em solo da RDA, caso contrário o Leixões seria excluído.
Vitória de Setúbal
Um ano depois do Leixões, o Vitória de Setúbal também iniciou o seu percurso pelas competições da UEFA sob o comando do argentino Filpo Nunes, o mesmo que tinha orientado a turma de Matosinhos.
A 20 de setembro de 1962, os sadinos iniciaram a participação europeia frente ao Saint-Étienne e tal aconteceu com um empate a uma bola em França, no Estádio Geoffroy-Guichard. Os golos apenas surgiram na segunda parte e o primeiro foi do Vitória de Setúbal, que marcou aos 57 minutos por intermédio de Mateus. No entanto, ao minuto 72, o Saint-Étienne recuperou da desvantagem e empatou a partida com um golo de Roland Mitoraj.
Na segunda mão, disputada no Estádio do Bonfim, o Vitória de Setúbal não foi capaz de evitar a derrota por 0x3 contra o Saint-Étienne, acabando por ser eliminado da Taça das Taças. Faivre, com um bis, e Baulu foram os autores dos golos gauleses.
SC Braga
O SC Braga foi a primeira equipa portuguesa a estrear-se nas competições da UEFA com uma vitória. A formação bracarense disputou o primeiro jogo da Taça das Taças a 28 de setembro de 1966, tendo ganho na Grécia ao AEK por 0x1.
Comandados por Fernando Caiado, os arsenalistas deslocaram-se ao estádio Nikos Goumas para vencer o AEK pela margem mínima, graças a um golo solitário apontado por Luciano Marques, aos 26 minutos.
O triunfo em solo grego serviu de mote para mais um triunfo na segunda mão, disputada no Estádio 28 de Maio, posteriormente designado 1º de Maio. Desta vez, o SC Braga venceu por 3x2, tendo marcado por intermédio de Mário Espingardeiro e Miguel Perrichon, que assinou um bis. Para os gregos marcaram Mimis Papaioannou e Coimbra na própria baliza.
Eliminados os gregos, os bracarenses seguiram para a segunda ronda da Taça das Taças, mas aí foram afastados pelo Gyori ETO (3x0 e 2x0).
Académica
Três anos depois do SC Braga, foi a vez da Académica iniciar a sua participação nas competições da UEFA também pela porta da Taça das Taças. O KuPS, da Finlândia, foi o primeiro adversário dos estudantes e o primeiro jogo disputou-se a 17 de setembro de 1969, em Coimbra.
A estreia da formação orientada por Francisco Andrade aconteceu com um empate a zero, com a Académica a tornar-se na primeira equipa portuguesa a não marcar qualquer golo no primeiro encontro em provas da UEFA.
Ainda assim, o resultado acabou por ser positivo, pois na segunda mão a Académica deslocou-se à Finlândia para vencer por 0x1, graças a um golo assinado por Nene, logo no decorrer do primeiro minuto.
A turma de Coimbra chegou aos quartos-de-final na sua primeira presença na Taça das Taças. O KuPS foi a primeira equipa que eliminou, mas na eliminatória seguinte o desfecho foi o mesmo frente aos alemães do FC Magdeburg (1x0 e 2x0). Porém, o percurso europeu chegou frente ao Manchester City, adversário com quem a Académica empatou em casa (0x0), mas perdeu em Inglaterra apenas no último minuto do prolongamento (1x0).
Todavia, ressalve-se que a Académica tinha-se estreado nas competições internacionais uma época antes, quando participou na Taça Cidades com Feira. Na altura, os estudantes mediram forças com o Lyon mas foram eliminados na primeira eliminatória por moeda ao ar. Na altura, os franceses tinham ganho em casa por 1x0 na primeira mão e no segundo encontro, no Calhabé, a Académica venceu pelo mesmo resultado. No prolongamento não houve golos e por isso o vencedor da eliminatória teve que ser encontrado através da moeda ao ar, acabando a sorte por pertencer ao Lyon.
CUF
A CUF, clube hoje designado por Fabril Barreiro após também ter tido o nome de GD Quimigal (depois da empresa CUF se ter unido com as outras duas principais empresas químicas portuguesas, a Nitratos de Portugal e a Amoníaco Português), foi o primeiro emblema português a participar na Taça UEFA, atualmente sob a designação de Liga Europa.
A 20 de setembro de 1972, a turma orientada por Fernando Caiado, treinador que já tinha tido a experiência de orientar o SC Braga na Taça das Taças, estreou-se nas provas da UEFA com uma vitória por 0x1 na Bélgica, diante do Racing White. Roland Vanderborght, com um tento na própria baliza a seis minutos dos 90, foi o responsável pelo triunfo da turma lusa.
O resultado na estreia na Taça UEFA ajudou a CUF a eliminar a formação belga, pois no segundo jogo, disputado no Estádio Alfredo da Silva, a equipa do Barreiro ganhou por 2x0, com um bis assinado por Eduardo.
Ultrapassada a primeira ronda, a formação do Barreiro acabou por cair na segunda aos pés dos alemães do Kaiserslautern, que venceram em casa da CUF (1x3), de nada valendo o triunfo português pela margem mínima em solo germânico na segunda mão (0x1).
A verdade é que apesar de ter sido a primeira experiência nas competições da UEFA, a CUF já sabia o que era disputar as competições internacionais, pois nas épocas de 1965/1966 e 1967/1968 tinha participado na Taça Cidades com Feira.
Na primeira participação, a turma a equipa portuguesa foi eliminada na segunda eliminatória, a única que disputou, mas obrigou o Milan a um terceiro jogo. A 1 de dezembro de 1965, a CUF surpreendeu tudo e todos e derrotou no Estádio Alfredo da Silva os italianos por 2x0. No entanto, na segunda mão, o Milan venceu também por 2x0 e a eliminatória teve que ter uma terceira partida que foi ganha pelo Milan por 1x0. Duas épocas depois, a CUF voltou à Taça Cidades com Feira mas foi eliminada na primeira eliminatória pelo FK Vojvodina, equipa que venceu em casa por 1x0 e no Barreiro por 1x3.
Belenenses
A data de 26 de setembro de 1973 marca a estreia do Belenenses em provas da UEFA, mais concretamente na Taça UEFA. O primeiro adversário foi o Wolverhampton e o primeiro jogo não foi positivo, pois os azuis perderam em casa por 0x2.
No Estádio Almirante Américo Thomaz, a formação treinada por Alejandro Scopelli sofreu um golo em cada parte do encontro e acabou por ser derrotada pelos ingleses. John Richards, aos 18 minutos, foi o primeiro a bater o guarda-redes Mourinho Félix, pertencendo a Derek Dougan, ao minuto 53, o segundo tento da partida.
Na segunda mão, depois do resultado desfavorável registado em Portugal, o Belenenses viu confirmada a eliminação ao perder por 2x1, apesar de ainda ter estado em vantagem. No Estádio Molineux, os azuis inauguraram o marcador por intermédio de Alfredo Murça aos sete minutos, mas Peter Eastoe e Jim McCalliog confirmaram a reviravolta do Wolverhampton.
Diga-se, contudo, que o Belenenses, tal como a Académica e a CUF, participou na Taça Cidades com Feira antes de se estrear nas provas da UEFA. Os azuis contam com quatro participações na prova que não é reconhecida pela UEFA antes de disputar pela primeira vez a Taça UEFA e o mais longe que chegaram foi aos oitavos-de-final, em 1963/1964, época em que eliminaram o NK Tresnjevka (0x2 e 2x1) e foram afastados pela Roma (2x1 e 0x1). As outras três participações foram em 1961/1962 e perderam com o Hibernian (3x3 e 1x3), 1962/1963 e foram eliminados pelo Barcelona ao fim de três jogos (1x1, 1x1 e 3x2) e 1964/1965, tendo sido novamente afastados ao fim de três partidas pelo Shelbourne (1x1, 0x0 e 2x1).
Boavista
Foi sob o comando de José Maria Pedroto que o Boavista iniciou a campanha pelas provas da UEFA. Na temporada de 1975/1976 os axadrezados disputaram a Taça das Taças e tiveram como primeiro adversário o Spartak Trnava, da Eslováquia.
O primeiro encontro foi em solo eslovaco e aí o Boavista arrancou um empate sem golos, um resultado que permitiu à formação da cidade do Porto carimbar o apuramento no segundo jogo, disputado no Estádio do Bessa.
A jogar em casa, os axadrezados ganharam por 3x0 e garantiram a continuidade na Taça das Taças, tendo marcado por intermédio de Mané, aos 35 minutos, de Celso e Salvador, aos 62 e 79 minutos, respetivamente.
A permanência na competição da UEFA durou apenas mais uma eliminatória, pois na segunda ronda o Boavista acabou por ser eliminado pelo Celtic, da Escócia. No primeiro jogo no Bessa verificou-se um empate (0x0), e em Glasgow os da casa confirmaram o apuramento ao ganharem aos axadrezados (3x1).
Vitória de Guimarães
O Vitória de Guimarães tornou-se na 11ª equipa portuguesa a participar nas competições da UEFA ao garantir a presença na Taça UEFA na temporada 1983/1984, tendo a estreia acontecido a 14 de setembro de 1983 frente ao Aston Villa.
O primeiro jogo foi no Estádio D. Afonso Henriques e os minhotos, orientados por Hermann Stessl, venceram os ingleses por 1x0, tendo marcado o único golo do encontro aos 82 minutos, altura em que Gregório converteu com sucesso uma grande penalidade.
Porém, apesar do triunfo em Guimarães, a turma vimaranense foi goleada no Villa Park na segunda mão, acabando por ser eliminada da Taça UEFA. O Aston Villa venceu por 5x0 e o guarda-redes Silvino sofreu golos de Peter Whithe, que assinou um hat-trick, Brendan Ormsby e Colin Gibson.
Os minhotos, no entanto, fazem parte do grupo de equipas portuguesas que antes de se estrearem nas competições da UEFA já tinham participado na Taça Cidades com Feira. No história, o Vitória de Guimarães conta com duas participações na prova, uma em 1969/1970 e outra em 1970/1971. Na primeira, os vimaranenses eliminaram o Banik Ostrava (1x0 e 1x1) e foram eliminados pelo Southampton (3x3 e 5x1). Na segunda e última vez que esteve na competição, levou a melhor sobre o Angoulême (3x0 e 3x1) mas foi afastado pelo Hibernian (2x0 e 2x1)
Portimonense
O Portimonense foi a primeira equipa algarvia a marcar presença nas competições da UEFA, tendo competido na Taça UEFA na temporada de 1985/1986, estreando-se com uma vitória por 1x0 sobre o Partizan.
Foi em Portimão o primeiro jogo europeu do Portimonense, a 18 de setembro de 1985. Pita, avançado cabo-verdiano, com um golo apontado aos 47 minutos garantiu um começo vitorioso da formação orientada por Vítor Oliveira.
Na segunda mão, porém, o Portimonense foi goleado em Belgrado por 4x0, acabando por ser eliminado da Taça UEFA. Nebojsa Vucicevic, com um hat-trick, e Milonja Djukic, que curiosamente anos mais tarde veio a defender as cores de outro emblema do Algarve, o Farense, foram os autores dos golos dos sérvios.
Chaves
Foi na temporada de 1987/1988 que o Chaves se estreou nas competições da UEFA, levando até à região de Trás-os-Montes o futebol europeu. O Universitatea Craiova, da Roménia, foi o primeiro adversário e o primeiro jogo aconteceu em solo romeno.
A 16 de setembro de 1987, os flavienses entraram com uma derrota por 3x2 na Taça UEFA, apesar de terem estado a vencer por dois golos de diferença já na segunda parte. Gilberto, aos 19 minutos, e Vermelhinho, ao minuto 52, apontaram os tentos da turma orientada por Raul Águas, mas o Universitatea Craiova iria conseguir a cambalhota no resultado até final. Gheorge Ciurea, de grande penalidade, fez o 2x1 aos 63 minutos e Viorel Vancea, apenas dois minutos depois, restabeleceu a igualdade. A cinco minutos dos 90, Nicolae Ghita bateu o guarda-redes Padrão pela terceira vez e estabeleceu o resultado final de 3x2.
Todavia, os dois golos apontados na Roménia acabaram por ser fundamentais para o Chaves conseguir garantir o apuramento para a fase seguinte em casa. No Municipal de Chaves a equipa portuguesa venceu a romena por 2x1 e graças aos golos apontados fora de casa acabou por seguir em frente na Taça UEFA. Georgi Slavkov e Vermelhinho apontaram os tentos do Chaves, enquanto Nicolae Ghita assinou o tento de honra do Universitatea Craiova.
Ultrapassada a turma romena, os transmontanos cairam na segunda ronda da Taça UEFA frente ao Budapest Honvéd, da Hungria, após duas derrotas (1x2 e 3x1).
Estrela da Amadora
Foi sob a orientação de Manuel Fernandes que o Estrela da Amadora competiu pela primeira nas provas organizadas pela UEFA na temporada de 1990/1991. 19 de setembro de 1990 é a data de estreia da formação da Reboleira na Taça das Taças e o primeiro adversário foi o Neuchâtel Xamax, treinado por Roy Hogdson, atual selecionador da Inglaterra.
Na segunda mão, o resultado voltou a ser o mesmo no Estádio La Maladière e a eliminatória teve que ser decidida através das grandes penalidades, tendo o Estrela da Amadora levado a melhor ao vencer por 3x4. No período regulamentar, Beat Sutter tinha adiantado os suíços no resultado, mas Valério, a oito minutos dos 90, fez o 1x1.
Os belgas do RFC Liège foram o segundo adversário europeu do Estrela da Amadora e ditaram a eliminação da turma da Reboleia na Taça das Taças. Na primeira mão venceram em casa por 2x0 e assim de nada valeu o triunfo por 1x0 dos portugueses na segunda mão.
Salgueiros
O primeiro jogo do Salgueiros na Taça UEFA aconteceu a 19 de setembro de 1991 e aconteceu no Estádio do Bessa, tendo a turma orientada por Zoran Filipovic ganhou por 1x0, graças a um golo assinado por Jorge Plácido aos 50 minutos.
No entanto, na segunda mão disputada em França, o Salgueiros foi eliminado nas grandes penalidades após ter perdido por 1x0. O golo do Cannes apenas surgiu a cinco minutos dos 90 e foi da autoria de François Omam-Biyik. Nessa altura já o Salgueiros jogava com menos um jogador, pois Pedrosa foi expulso aos 57 minutos.
Marítimo
A primeira vez que uma equipa dos arquipélagos participou nas competições da UEFA foi na época 1993/1994, com o Marítimo a competir na Taça UEFA e a ter como primeiro adversário o Royal Antwerp, da Bélgica.
A estreia nas provas do organismo que rege o futebol europeu aconteceu em Antuérpia, no Bosuilstadion, mas a entrada foi com o pé esquerdo, já que os belgas venceram por 2x0. Severeyns, aos 48 minutos, inaugurou o marcador e Milos Bursac, no minuto 90, bateu o guarda-redes Bizarro pela segunda vez na partida.
Na segunda mão, nos Barreiros, o Marítimo, treinado por Paulo Autuori, empatou a dois golos e disse adeus às competições europeias, tendo marcado por intermédio de Heitor e Vado já depois de Severeyns e Didier Segers ter feito o mesmo para o Royal Antwerp.
Farense
Orientado pelo catalão Paco Fortes, o Farense, a jogar no Estádio São Luís, perdeu na estreia na UEFA por 0x1. O Lyon conseguiu vencer pela margem mínima e quem apontou o tento solitário da partida foi Ludovic Giuly, que aos cinco minutos bateu o nigeriano Peter Rufai.
Na segunda mão, disputada no Gerland, o resultado voltou a ser o mesmo a favor dos franceses, tendo Jean-Luc Sassus apontando o único golo do jogo, confirmando a eliminação do Farense.
Na última temporada disputada no século XX, 1999/2000, o Beira-Mar estreou-se nas competições europeias após ter ganho a Taça de Portugal na época anterior, depois de ter batido o Campomaiorense na final do Jamor.
A estreia aconteceu no Estádio Mário Duarte contra os holandeses do Vitesse e o resultado final foi uma derrota por 1x2. Ao intervalo, a formação orientada por António Sousa até vencia por 1x0, graças a um assinado por Fary aos 41 minutos, mas Pierre van Hooijdonk, que mais tarde viria a ser jogador do Benfica, e Nenad Grozdic confirmaram a reviravolta do Vitesse.
A derrota na estreia acabou por ditar a eliminação dos aveirenses da Taça UEFA, uma vez que na segunda mão, jogada no Gelredome, registou-se um empate sem golos.
União de Leiria
Consquência de ter chegado à final da Taça de Portugal em 2002/2003, o União de Leiria pôde pela primeira vez disputar as competições europeias em 2003/2004, tendo tido como primeiro adversário de fora de Portugal o Coleraine, da Irlanda do Norte.
Sob a orientação de Vítor Pontes, os leirienses perderam no Coleraine Showgrounds por 2x1, tendo os golos acontecido na primeira parte. Paul Gaston, aos dez minutos, foi o responsável por abrir o ativo, batendo Helton pela primeira vez no jogo, mas João Manuel, aos 43 minutos restabeleceu o empate. Contudo, a poucos instantes do intervalo, Rory Hamill fez o 2x1 e estabeleceu o resultado final na partida de estreia do União de Leiria, que ficou reduzido a dez unidades no segundo tempo, com Maciel aos 55 minutos, apenas dois minutos depois de ter entrado, a ver o cartão vermelho.
Na segunda mão, contudo, a formação da cidade do Lis deu a volta à eliminatória com uma goleada, tendo ganho ao Coleraine por 5x0, num jogo em que a equipa da Irlanda do Norte terminou com menos dois jogadores, por causa das expulsões de Stephen Beatty, ainda na primeira parte, e de Stuart Clanachan, a seis minutos dos 90. Ludemar, Edson, ambos com um bis, e Caíco foram os marcadores de serviçono Municipal da Marinha Grande.
Ultrapassada a ronda de qualificação da Taça UEFA, o União de Leiria apurou-se para a primeira ronda, mas foi eliminado pelo Molde, da Noruega. O primeiro jogo até correu bem, tendo os leirienses ganho por 1x0, mas em solo norueguês os da casa venceram por 3x1 e afastaram a formação lusa.
Nacional da Madeira
47 anos após o Sevilla ter apadrinhado a estreia do Benfica nas competições da UEFA, os andaluzes voltaram a ser o primeiro adversário de uma equipa portuguesa nas provas organizadas pelo organismo que rege o futebol europeu, no caso o Nacional da Madeira.
Na segunda mão, disputada nos Barreiros, os madeirenses voltaram a ser derrotados mas por 1x2. Adriano apontou o golo do Nacional da Madeira e tornou-se no primeiro jogador a marcar pelo clube nas competições europeias, ao passo que Jesuli e Renato garantiram mais um triunfo dos andaluzes.
O Paços de Ferreira chegou pela primeira vez às competições europeias na temporada 2007/2008, tendo o AZ Alkmaar sido o seu primeiro adversário nas provas da UEFA.
José Mota foi o treinador responsável por orientar os pacenses pela primeira vez em competições internacionais e a estreia foi amarga, pois terminou com uma derrota por 0x1 no Estádio do Bessa, sendo que os holandeses apenas apontaram o golo do triunfo a um minuto dos 90, por intermédio de Sébastien Pocognoli.
Na segunda mão, disputada no AFAS, em Alkmaar, o Paços de Ferreira deixou uma boa imagem e empatou a zero, mas tal não foi suficiente para evitar a eliminação aos pés do AZ Alkmaar, mais habituado às lides europeias.
Estoril
O Estoril foi a última equipa portuguesa a estrear-se nas competições europeias, estando quase a ceder esse estatuto ao Rio Ave, que vai disputar o seu primeiro jogo esta quinta-feira.
Na época passada, os canarinhos, treinados por Marco Silva, começaram a experiência nas provas da UEFA com um empate sem golos no António Coimbra da Mota, diante do Hapoel Ramat Gan, de Israel.Porém, em solo israelita o Estoril foi capaz de levar a melhor sobre o Hapoel Ramat Gan, vencendo por 0x1. Evandro, através da conversão de uma grande penalidade, foi o autor do primeiro golo dos canarinhos nas competições europeias e garantiu o apuramento para a fase seguinte, na qual os comandados de Marco Silva confirmaram a qualificação para a fase de grupos da Liga Europa ao eliminarem os austríacos do FC Pasching (2x0 e 1x2).
Na fase de grupos, a turma da Amoreira ficou integrada no grupo H e defrontou o Sevilla (1x2 e 1x1), Slovan Liberec (2x1 e 1x2) e SC Freiburg (1x1 e 0x0), acabando por ficar no último lugar com três pontos, frutos de três empates e três derrotas.