O presidente do Sporting não esteve com meias palavras na análise ao panorama atual do futebol português, ao falar sobre o ato eleitoral que se aproxima para a presidência da Liga de Clubes.
«Alguns clubes sentaram-se e, sem fazer a mínima ideia de quem são os candidatos, definiram apoios. O sistema democrático é as pessoas apresentarem-se e não por antecipação criarem-se condicionalismos de apoio. Isso tem-se passado. É assim que vamos vivendo, com essa manipulação e com esses cata-ventos, incendiários do nosso futebol e que depois aparecem quais bombeiros que apagam o fogo. Há manipulação no futebol português», começou por dizer, em declarações à Renascença.
Mas o dirigente não se ficou por aí e foi mais longe nas críticas, optando por uma comparação agressiva, não sendo concreto no apoio que pretende dar.
«Temos que pensar no que realmente é importante para o futebol português. Na gíria popular, porque sabemos que o futebol português está bipolarizado, isto funciona como o ânus onde temos duas nádegas que se enfrentam uma à outra dizendo 'estou aqui e sou melhor do que tu'. Entre algo fisiológico como o ânus, ou sai vento mal cheiroso ou trampa. E é disto que o futebol português está cheio por dentro e por fora: trampa. O candidato que vamos observar tem que ter rigor e transparência mas também um autoclismo muito grande para limpar um futebol que está conspurcado. Quem tiver o autoclismo maior será aquele que o Sporting apoiará. Este novo Sporting ainda não tem um autoclismo suficiente para fazer esse trabalho. Não vamos longe com este conjunto de cata-ventos a que o futebol está entregue», continuou.
Referindo que «rajadas violentas do norte têm dominado o panorama climatérico», o dirigente valorizou a necessidade de uma mudança de rota.
«Existem circos para fora para a manutenção de um sistema em que os clubes mais pequenos possam ser facilmente manipulados e que um clube grande como o Sporting nunca chegue lá porque é incómodo e porque diz a verdade», assegurou Bruno de Carvalho.
Movimentações do mercado
Depois de Paulo Oliveira e de Slavchev, os leões chegaram a acordo com Oriol Rosell, com quem acertou a contratação para os próximos cinco anos.
A justificação de Bruno de Carvalho foi dada de forma direta: «Significa que o Sporting não tinha um médio-defensivo que pudesse substituir o William. O Sporting tem que ter um plantel condizente com as suas expectativas. Na época passada, infelizmente, o Sporting não foi às competições europeias mas este ano já vai. Temos que ter um plantel com mais recursos par não termos mais sobressaltos como tivemos no ano passado, quando o Sporting não tinha soluções para poder colmatar essas saídas».
Além das já anunciadas, mais mexidas estarão para acontecer, a avaliar pelo que o presidente dos leões referiu: «Vamos vendo com calma. Estamos a trabalhar com o treinador e com a estrutura. Sabemos o que queremos, queremos um futebol consistente, ganhador e que lute pelos títulos. Vamos reforçando a equipa num mercado que tem que ser atacado com alguma calma».
Passivo do clube
Por fim, de forma curta, mas novamente vincada, Bruno de Carvalho falou sobre as contas do clube e tudo o que se tem dito sobre o tema, nomeadamente em relação à possível 'camuflagem' do real passivo do clube.
«Aconselho os sportinguistas a lerem o Jornal do Sporting, que vai para as bancas amanhã. Isso faz parte de manobras de circo porque o futebol é um espectáculo e é preciso sempre palhaços», rematou.