Ensaio geral do império vermelho (0x2)

O Benfica derrotou o Arouca por 0x2 e aproximou (ainda mais) a visão do 33.º título. Em Aveiro, os encarnados como que tiveram um ensaio geral para o título. Agora, basta um pequeno pedaço de caminho para que o Império vermelho possa sair à rua.

Invasão benfiquista a Aveiro

Um vermelho forte e quente invadiu as bancadas do estádio que foi (bem) pequeno para tamanha ambição. Agora, como quase sempre, os adeptos do Benfica não cessaram no embalo à equipa de Jorge Jesus. Neles se sentia a respiração do sonho, a voz da ambição e a palavra repetida ao expoente das suas vidas: «Benficaaaaaa». Os braços, bem abertos, e os cânticos afinados foram também a estrela maior que, personificando um amor, trouxeram a Aveiro o conforto do futebol à moda antiga.

O Estádio de Aveiro foi, por isso, uma espécie de mini Estádio da Luz. Naquelas bancadas sentia-se as órbitas da ambição e os "punhos" cerrados para a conquista do 33.º título de campeão nacional. Viu-se um povo de mãos dadas com a sua equipa. Tensos, à espera, sabendo perfeitamente o que querem.

Invasão benfiquista a Aveiro ©Carlos Alberto Costa

É certo que o título não está (ainda) matematicamente conquistado mas é cada vez mais uma questão de tempo. Na próxima semana, em caso de vitória na Luz, o objetivo maior da temporada pode passar do imaginário para a realidade.

A gerir o plantel perante o calendário apertado na reta final da época, Jesus lançou em campo um onze sem a habitual voz de comando. Luisão foi rendido no eixo defensivo por Jardel, que fez dupla com Garay, enquanto que Maxi Pereira e Guilherme Siqueira ficaram com os corredores da defesa. Oblak, por seu lado, foi o dono da baliza. Para o meio-campo, o técnico do Benfica não contou com Fejsa. Por isso, André Almeida foi o parceiro de Enzo Pérez. Na frente nada de novo: Markovic e Nico Gaitán apoiaram a dupla de avançados formada por Rodrigo e Lima. 

Já Pedro Emanuel, a tentar fazer uma desfeita ao adversário, apostou em Cássio, Ivan, Nuno Coelho, Diego, Tinoco, Rui Sampaio, Bruno Amaro, David Simão, Pintassilgo, Roberto e Ceballos.

Frente ao Arouca, o Benfica começou rápido na partida, instalando-se por completo no meio-campo do adversário, e ameaçou por Rodrigo, que haveria mais tarde de fazer mossa. Já lá iremos. 

O Arouca, acantonado na sua área, praticamente só com Roberto como unidade atacante, foi-se defendendo. 

Rodrigo abriu o marcador ©Rogério Ferreira

A entrada das águias foi esclarecida e em velocidade na circulação de bola. O conjunto de Jorge Jesus tentava encontrar espaços para furar a defesa arouquense e conseguir o golo.  Mas os de Arouca iam conseguindo travar o Benfica e acreditavam que era possível aguentar, aguentar, aguentar e depois tentar a sorte, como muitas vezes acontece neste tipo de jogos.

A melhor oportunidade do Benfica antes do golo, na primeira parte, apareceu aos 34 minutos. Após um lançamento de linha lateral, Lima apareceu na cara de Cássio, em zona frontal à baliza, mas rematou contra o corpo do guarda-redes arouquense. Na recarga Rodrigo mandou a bola para fora.

André Almeida tenta ganhar nas alturas a bola a Roberto Rodrigo ©Rogério Ferreira

E foi antes do apito final do primeiro tempo que o Benfica chegou à vantagem. Aos 45+2', Lima, na direita, cruzou, Cássio saiu mal, Iván Balliu falhou o corte e Rodrigo aproveitou para colocar os encarnados a vencer.

O intervalo deixava a sensação do resultado ser, apesar de tudo, curto para um Benfica que tinha procurado mais o golo que o adversário.

Há magia no ar com Markovic e Gaitán

Gaitán marcou o segundo golo do Benfica ©Rogério Ferreira

Pouco depois, aos 56 minutos, o Benfica quase fez o terceiro. Markovic, muito rápido pela direita, assistiu Gaitán no centro do terreno, à entrada da área, mas Cássio defendeu o remate do argentino.

Nas bancadas a festa era encarnada. Os adeptos não paravam de incentivar o Benfica mas viveriam, por volta dos 65', um momento de calafrio, quando Oblak e Roberto chocacaram com violência, após um livre marcado para a área. Ambos os jogadores acabariam por ser rendidos por lesão.

O resto, bem, foi deixar o relógio correr e esperar... pelo apito final.

O Benfica está perto do título, enquanto que o Arouca vai continuar com a sua luta pela fuga aos últimos lugares.