A história do FC Porto e os títulos conquistados fazem com que Luís Castro não encare a eventual conquista da Liga Europa como a salvação de uma época que fica abaixo daquilo que o clube portista tem feito nos últimos anos no que diz respeito ao campeonato. O treinador dos azuis e brancos assume o desejo de conquistar a prova europeia mas apresenta-se realista e lembra que primeiro há que ultrapassar um Sevilla difícil e com qualidade.
Objetivo definido no Dragão para a receção ao Sevilla: «não sofrer golos», algo que é sempre primordial numa eliminatória deste cariz. Luís Castro, treinador do FC Porto, considera que a partida de amanhã será «difícil», até porque a equipa andaluza vem «de um conjunto de resultados» motivadores mas assume que a equipa está «esperançada» em conquistar «um bom resultado» para seguir em frente na prova.
«Queremos um bom FC Porto amanhã, a jogar a primeira parte da eliminatória, equilibrado defensivamente, a sair bem para o ataque após a recuperação da bola, atrevido no ataque, corajoso, determinado, com os olhos na baliza adversária», projetou, em conferência de imprensa, que decorreu ao final da manhã no estádio do Dragão, palco do jogo marcado para as 20h05 desta quinta-feira.
«Salvação é palavra muito forte»
Luís Castro não dramatiza pelo facto de o FC Porto estar a fazer um época aquém das expetativas no campeonato, sendo, atualmente, terceiro colocado. O treinador não considera a conquista da Liga Europa primordial para salvar a temporada.
«Acho que o FC Porto, pelo historial que tem, pelos títulos arrecadados e que estão presentes no seu museu, não tem que salvar nada neste momento. Este é um momento de conquistas porque temos pela frente a Taça de Portugal, a Taça da Liga e a Liga Europa. Falarmos em salvar é uma palavra demasiado forte para o que é a história do FC Porto. Amanhã é um jogo que nos pode levar a uma conquista. É extremamente importante, quartos de final, todos querem ultrapassar as meias para chegar a uma final europeia. É o que normalmente os jogadores, e estes em particular, ambicionam muito».
Seja como for o treinador assume que «trabalhar no FC Porto é um ato de responsabilidade», o que mostra bem a mentalidade com que a equipa encara a prova que está a disputar.
«A Liga Europa é uma prova de grande visibilidade, que o FC Porto já conquistou, que traz muito prestígio, e estamos muito empenhados em conquistá-la. Mas temos pela frente o Sevilla e amanhã é a primeira parte da eliminatória. O percurso é sinuoso, mas é tanto para nós como para as outras sete equipas que estão em prova. Mas é claro que gostaríamos de conquistar a Liga Europa», assumiu, considerando, no entanto, que é «em campo» que o FC Porto tem que provar «o que vale».«Nenhuma equipa vale individualmente»
O Sevilla tem bons valores individuais no seu plantel mas Luís Castro analisa o seu adversário desta quinta-feira como um todo.
«Nenhuma equipa vale individualmente, se não contratávamos o melhor jogador do Mundo e ganhávamos todos os campeonatos. Se o Sevilla tem oito vitórias e duas derrotas nos últimos dez jogos, se ainda não perdeu fora na Liga Europa, se é uma equipa com vários jogadores de qualidade, então é porque vale enquanto equipa. Mas nós estamos muito mais focados em nós do que no Sevilla porque a nossa preocupação é o que podemos fazer para anular o adversário e fazermos o que temos na nossa cabeça. Se estivermos bem nos nossos princípios vamos conseguir um bom jogo, mesmo que o adversário esteja bem. Qualidade há nas duas equipas», simplificou, realista, considerando que a «paixão e a dedicação» que a sua equipa apresentará em campo, mais o apoio dos adeptos no estádio serão muito importantes para o desfecho do jogo de amanhã.
«Irregularidade faz parte»
Depois de uma boa exibição contra o Benfica, que culminou com um triunfo por 1x0, o FC Porto foi à Madeira perder com o Nacional. Luís Castro sublinha que «a irregularidade faz parte da vida» e lembra que os jogadores não são «máquinas», possuem «emoções» e «sentem o que de bom e de mau acontece» à sua volta.
«O que pretendemos é fazer com que a nossa equipa nunca oscile, é isso que o treino faz. Gostaríamos de treinar mais, não ter esta sequência de jogos, que nos trariam essa regularidade. Felizmente, não podemos treinar, é sinal de que estamos nas provas e queremos disputar os títulos. O nosso treino, muitas vezes, passa pela comunicação e observação de imagens, que não é o mesmo que o treino no terreno. O Luís Castro pensa diferente do Paulo Fonseca, não é melhor nem pior, apenas diferente, e considera que é através do treino que se consolida o que quer que seja. É através do levar a fazer e nós muitas vezes não temos a possibilidade de fazer, só de dizer o que queremos que seja feito», rematou.
Notícia atualizada às 13h24
1-0 | ||
Eliaquim Mangala 31' |