Por norma, aqueles que despontam cedo no futebol ao mais alto nível, acabam por abdicar dos estudos, mas esse não foi o caso de Ricardo Monteiro, conhecido no mundo do futebol como Tarantini. O médio, capitão do Rio Ave e uma das principais figuras da equipa, conseguiu conciliar a vida profissional com o lado académico e concluiu o curso com distinção.
Foram 15 os valores com que Tarantini inscreveu o seu nome nos que concluíram a Licenciatura em Desporto na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, na altura em que o jogador atuou no Sporting local. Deu-se, depois, uma curta passagem pelo Gondomar, outra pelo Portimonense e uma aterragem no Estádio dos Arcos, em 2008.
Desde então, o jogador tem refinado o seu futebol, assumindo-se como figura de proa da nau vilacondense. Com 30 anos, o atleta prepara-se para o confronto com o clube que viaja desde Coimbra, a Cidade do Conhecimento e que é conhecida sobretudo por causa das questões académicas que a rodeiam, um dado que não deixa de ser curioso pela sua situação de jogador profissional licenciado.
«Não deixa de ser um dado engraçado e que coincide com a história da Académica, mas não passa disso e, para este jogo, acaba por não acrescentar nada de mais nem dar nada de novo ao jogo. Não é isso que nos valerá a vitória», começou por dizer, nesta entrevista ao zerozero.pt.
A meio da sexta época com o símbolo do Rio Ave envergado, Tarantini já esteve nas meias-finais da Taça de Portugal em 2009/2010, caindo frente ao FC Porto, o mesmo emblema que eliminou os vilacondenses nas meias da Taça da Liga na época passada. Este ano, essa fase está conseguida na Taça da Liga e pode também ser alcançada na Taça de Portugal, só que falta o último passo para chegar às finais e ficar na história.
«Temos conseguido estar nas meias-finais, o que já é muito bom porque nos dá possibilidades reais de chegar aos troféus. Esta pode ser a quarta meia-final dos últimos anos, o que demonstra que temos estado bem nas taças internas. Falta passar essa barreira para conseguirmos estar numa final, porque são os jogadores que aí chegam que conseguem ficar na história dos clubes», analisou, antes de passar a uma apreciação à equipa da Académica.
«A Académica é uma equipa que merece toda a nossa consideração, até porque tem história nesta competição e ainda há dois anos chegou à final. Porém, nós queremos estar na final e vamos entrar em campo com esse intuito, até porque não é todos os dias que se tem oportunidade para lutar por algo grande, como é uma ida ao Jamor. Vai ser um jogo com duas equipas ambiciosas e a quererem seguir em frente para fazer história», frisou o médio.
O Rio Ave vai jogar no seu estádio, um dado que poderia ser considerado vantajoso, muito embora a formação de Nuno Espírito Santo costume apresentar mais dificuldades no seu reduto do que fora dele. Ainda assim, esse dado não interfere com o que costuma ser a lógica do futebol, no entender de Tarantini.
«Os jogos em casa são sempre uma vantagem, independentemente do nosso registo, até porque, se repararmos, estamos a melhorar as nossas prestações no nosso estádio. Portanto, essa estatística não é assim tão relevante, pois considero sempre que jogar em casa é vantajoso», considerou.
No último jogo, em Setúbal, Tarantini sentou-se no banco de suplentes, um dado que até poderia ter sugerido poupança do técnico a pensar nesta partida, embora o próprio médio tenha confidenciado ao zerozero.pt que isso apenas aconteceu porque a sua condição física não seria a melhor. Para o confronto com a Académica, o doutor garantiu já estar apto e vai ao relvado.
1-0 | ||
Braga 77' |