«Este é o momento» é a ideia mais repetida por Vítor Pereira na conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, que serviu de projeção ao jogo com o Rio Ave, marcado para as 20h15 deste sábado. O treinador dos dragões diz que o campeonato está a entrar numa fase decisiva, lembra que a receção aos vila-condenses antecede a ida a Alvalade e por isso sublinha a importância de um triunfo sobre a equipa de Nuno Espírito Santo.
De forma sucinta e concreta, Vítor Pereira começou a conferência de imprensa enumerando três motivos para a sua equipa abordar o jogo com o Rio Ave com «a mentalidade correta e ajustada».
«O Rio Ave fora de casa é uma equipa perigosíssima, em nove jogos tem seis vitórias, o que quer dizer alguma coisa. Nos últimos seis jogos tem apenas uma derrota, tem qualidade individual, coletiva e tem provado isso ao longo do campeonato, no qual é uma das sensações. Em segundo lugar, vimos de um jogo da Liga dos Campeões, extremamente desgastante, fundamentalmente ao nível emocional. Estes jogos provocam grande desgaste emocional, exigem níveis de concentração altíssimos e recuperar disso leva o seu tempo. Em terceiro, o campeonato é o nosso objetivo da época, andamos desde a primeira jornada focados para o vencer, já ultrapassamos muitas dificuldades, temos trabalhado muito para chegar ao fim no primeiro lugar e o campeonato aproxima-se de uma fase decisiva», elencou o treinador dos dragões.
Por tudo isto, Vítor Pereira quer que a equipa azul e branca entre em campo com «uma mentalidade forte», certa das «dificuldades» que vai encontrar mas «consciente» da sua «força como equipa».
O jogo com o Rio Ave sucede ao triunfo sobre o Málaga, na Liga dos Campeões. O treinador dos azuis e brancos garante que essa partida já está fora da cabeça dos jogadores.
«Posso garantir que a equipa não vai sentir a falta de ninguém porque apesar de estarmos a falar de dois jogadores que têm jogado sempre, com o ritmo competitivo no máximo, tenho a certeza que quem jogar dá garantias à equipa. Já perdemos o jogador A, B ou C e a equipa continuou a produzir. Valemos como equipa».
Discorda de JJ
Instado a comentar as recentes declarações de Jorge Jesus, treinador do Benfica, que afirmou esta semana que a equipa que abandonar as competições europeias mais cedo tem vantagem na luta pelo título, Vítor Pereira diz que «respeita» a «posição» do treinador das águias mas acaba por discordar.
«Acredito que é possível ser campeão e manter as aspirações na Champions, se não não valia a pena tanto trabalho para continuarmos em prova. Acredito que é possível fazer uma gestão de forma a estarmos bem, a desligarmos o chip da Liga dos Campeões e a voltarmos ao do campeonato, que é uma luta, tem sido bonita entre as duas equipas e acredito que se vai prolongar ainda durante algum tempo, mas que não invalida as nossas aspirações também na Liga dos Campeões».
Apesar da discordância, Vítor Pereira aproveitou para repetir uma frase, e objetivo, já muito badalado esta época, mas lembrou do aliciante que representa disputar a maior prova de clubes do Mundo.
«Não é segredo que o nosso principal objetivo é o campeonato e acredito que dos nossos adeptos. Mas a prova que me dá mais prazer, a treinadores e a jogadores, é a Liga dos Campeões, é a maior prova da UEFA, dizer que não nos entusiasmamos com uma prova como esta não estaria a ser verdadeiro. Estamos focados no campeonato, este é um momento importantíssimo na luta pelo título e quando chegar a altura da Champions, cá estaremos para dar a resposta e fazer a gestão necessária».
Adeptos como desbloqueadores de jogo
Os dois pontos perdidos com o Olhanense, apesar de serem passado, deixaram lições para o futuro e por isso, Vítor Pereira deixou um apelo aos adeptos, para que ajudem a equipa a desbloquear os jogos o mais cedo possível.
«Não sabemos jogar de outra forma»
Vítor Pereira já o disse recentemente: agora é que a equipa azul e branca joga como ele sempre quis. O treinador arrisca até a dizer que a equipa não sabe jogar de outra forma e diz que há um ADN FC Porto.
«Nós apresentamos uma matriz de jogo, temos um ADN próprio que é muito fácil de identificar e que se baseia em dois princípios fundamentais, ter bola e tirar iniciativa ao adversário. Ter bola para impormos o nosso jogo e logo que a perdemos queremos recuperá-la o mais depressa possível. Para se conseguir isso não posso trabalhar de uma forma numa semana e na semana seguinte, porque vamos jogar para a Liga dos Campeões, apresentar aos jogadores uma proposta completamente distinta que eles não entendam, que não se identifiquem, que não partilhem, em que não se sintam confortáveis, isso seria de uma incoerência total. Nós queremos ganhar os jogos na Liga dos Campeões ou no campeonato se possível sustentados na nossa ideia de jogo. Arrisco a dizer que não sabemos jogar de outra forma».
Notícia atualizada
2-1 | ||
Jackson Martínez 45' (g.p.) 77' | Braga 38' |