De cabeça e nas alturas, assim venceu o FC Porto no «castelo» D. Afonso Henriques. Três golos de cabeça embalaram o dragão para um 4x0 imaculado, numa Liga em que a clivagem entre dragões, águias e tudo o resto assume a cada jornada maior dimensão (preocupante para o interesse do futebol nacional).
Tal como o Benfica em Braga na jornada anterior, Guimarães constituía em teoria e nas páginas da história um dos mais complicados obstáculos para o FC Porto; e tal como as águias na «Pedreira», também os dragões trataram de provar ainda na primeira parte que há um – ou dois, ou três – mundos a separar os dois «colossos» nacionais das restantes equipas.
FC Porto mandou sempre
Não obstante as boas intenções vitorianas no papel, isto só deu FC Porto desde o minuto inicial. Antes do golo de Mangala, Douglas evitou o golo a Varela (13’) e o perigo rondou mais uma ou outra vez a baliza do guardião brasileiro do Afonso Henriques. Previa-se com facilidade a vantagem portista selada pelo central francês aos 15 minutos, saltando tão mais alto que Paulo Oliveira para um cabeceamento indefensável.
Entre os golos, nota para Marat Izmaylov. O russo, titular em Guimarães no lugar do lesionado Steven Defour (que já estava a substituir James Rodríguez), desenhou a mais bela jogada da primeira parte, quando aos 19 minutos «furou» entre dois adversários e com um passe a «rasgar» lançou Jackson Martínez; o colombiano seria travado por Douglas, por enquanto.
Sem que Helton visse o perigo de perto – o manto vitoriano não estica sempre -, o FC Porto chegou ao 0x2. Novamente na sequência de um canto, novamente nas alturas, novamente de cabeça. Agora foi Jackson Martínez a aplicar as «leis da bola», de cima para baixo, celebrando o 16º golo na Liga portuguesa. O 17º e o 18º chegariam mais tarde.
Por «mais tarde» entenda-se o minuto 56, primeiro, quando a segunda parte corria à medida de um FC Porto controlador com base nos dois golos de vantagem. De repente o colombiano surgiu isolado perante Douglas – a passe de Fernando - e não falhou, aumentando os números da vitória azul e branca para 0x3. Tudo resolvido, tudo fácil, até no historicamente difícil «berço» de Portugal.
Mas o show de Jackson ainda não tinha acabado, selado antes com um hat-trick puro aos 73 minutos. Varela fez tudo bem, olhou e encontrou a cabeça do melhor marcador do campeonato.
A estreia de Liedson
No dia em que o Sporting abriu mais uma ferida com a derrota em Vila do Conde, por 2x1, também a norte se registou um momento que em nada consola a alma leonina. Liedson, símbolo e ídolo em Alvalade, estreou-se de dragão ao peito quando pisou o relvado do Estádio D. Afonso Henriques para jogar os últimos 15 minutos da partida, rendendo um antigo capitão e ídolo de... Alvalade, João Moutinho. E sobre Izmaylov também já se falou...
0-4 | ||
Eliaquim Mangala 14' Jackson Martínez 37' 56' 73' |