Alemães arrancam 'tulipas' pela raiz! (2x1)

A Holanda deitou tudo a perder numa primeira parte que terminou com vantagem de dois golos para a Alemanha. O golo de Van Persie mais não fez que acentuar a dor de uma esperança laranja que está praticamente desfeita na Ucrânia.

Mario Gómez x2 para chegar aos três

Os dias que se seguiram à derrota com a Dinamarca provaram que o balneário holandês não é flor que se cheire, salpicado por prima-donas que exigem tratamento cuidado e personalizado, quais tulipas alaranjadas. Pois bem, pouco dados às tarefas camponesas, os alemães deixaram de lado a delicadeza e esta quarta-feira arrancaram as tulipas pela raiz.

As primeiras sementes do Grupo B tinham dado três pontos aos alemães - às custas de uma má colheita portuguesa - e a segunda ronda de recolha não foi diferente. Em Kharkiv, onde no próximo domingo se joga o decisivo Portugal x Holanda, os germânicos varreram a 'fina-flor' holandesa em apenas 45 minutos, com dois golos de Mario Gómez.

O triunfo da Mannschaft («equipa» em alemão) foi, a bem da verdade, o triunfo de um duo que se divertiu às custas de um laranja que continua sem dar sumo no Euro 2012: Bastian Schweinsteiger e Mario Gómez. O primeiro nas assistências, o segundo a faturar. Foi assim a repetição mecânica aos 24 e 38 minutos.

Depois de um primeiro remate de Van Persie, que acabou nos braços de Manuel Neuer, e um tiro ao poste de Özil, eis a primeira boa colheita de Schweini e Gómez. O passe do médio é perfeito, a furar o eixo central da defensiva holandesa, e a rotação do avançado roça a genialidade. Pé esquerdo para preparar, o direito para matar. Fácil e vantagem alemã.

A mesma cooperação no 2x0, a sete minutos do intervalo. Bastian Schweinsteiger encontrou o parceiro de trabalho no topo da área, deu-lhe a bola e o avançado do Bayern München juntou-se a Dzagoev no topo dos melhores marcadores. Remate de pé direito, cruzado e por cima de Stekelenburg. Tudo resolvido em meia parte.

Desespero holandês depois da esperança Van Persie

Bert van Marwijk, responsável pelo estado da mecânica laranja, tentou corrigir os estragos provocados nos egos holandeses. Lançou Huntelaar e Van der Vaart, flores de primeira qualidade mas abafadas no espólio da equipa nacional, mas começou por ver pouca mudança de cor no quadro geral.

Mats Hummels, por exemplo, aos 52 minutos, teve uma dupla ocasião para arrumar em definitivo com os restos holandeses, segurados por Stekelenburg. A Holanda tentava, sempre em esforço, mas só aos 73 minutos chegou a sua vez de colher os primeiros frutos de uma noite pobre. Robin van Persie encarou a baliza de frente e usou do pé... direito para devolver a esperança às tulipas, com um remate potente a bater Neuer.

Esperança que mais não foi que um agudizar do desconsolo holandês, porque o empate jamais chegaria à distante Kharkiv, a mais russa das cidades ucranianas. A tecnicista Holanda procurou a 'vida' no coração e na entrega, mas à 2ª jornada do Euro 2012 assistiu-se a um (quase) adeus antecipado da vice-campeã do Mundo. Resta a ténue crença de um grande milagre, que teria de passar pela tristeza lusitana no próximo domingo. E nós não queremos isso...