Em três edições, dois títulos. O At. Madrid domina a Liga Europa, prova que sucedeu à Taça UEFA em 2009/2010, mas a história da conquista de Bucareste, esta quarta-feira à noite, frente aos compatriotas do Athletic Bilbao (3x0), guarda para sempre um nome acima de todos os outros: Radamel Falcao.
A vitória pertence-lhe, egoísta que seja, por inteiro. Os dois golos, tão fabulosos quanto o talento do colombiano, são a face mais visível de um predestinado para a glória. Pelo que joga, pela entrega e, claro, pelos golos. Muitos. Este ano foram mais 12, transformando-o no primeiro goleador a acabar a prova à frente de todos os outros pelo segundo ano consecutivo.
Dois anos em que ele, Falcao, segurou no peso «leve» da conquista, depois de já ter sido a figura de Dublin, naquele voo picado para o título portista. A Liga Europa é, sem dúvida, dele, que cravou o seu nome sem mácula. Mas injusto seria para Falcao dizer que é o seu palco, porque não é. Falcao merece mais, muito mais.
A justificação para as palavras de cima
Exato, o jogo. Entrada afirmativa do At. Madrid, sem portugueses, que aos seis minutos já se tinha aproximado duas vezes da baliza de um Athletic Bilbao nervoso, sem a magia de Old Trafford ou de outras noites no San Mamés. Aos sete, apareceu Falcao. Um golo monumental, trabalhado pela refinaria do Cafetero e concluído com um remate de pé esquerdo, ao ângulo superior direito da baliza de Iraizoz.
Os bascos acordaram com a genialidade de Falcao. Pegaram mais no jogo, procuraram melhores caminhos em direção a Courtois e aos 10 minutos até se podem queixar de uma grande penalidade não assinalada sobre Llorente. Mas o Athletic estava melhor e aos 19 minutos produziu o futebol que tanto apaixonou os adeptos próprios e alheios. Coube a Llorente o remate final, fraco, apesar de tudo.
Mas Falcao não olhou ao crescimento basco, nem tão pouco se importou com ele. Minuto 34, mais um momento delicioso do número «9» colchonero, que tirou dois oponentes do caminho com um toque perfeito de pé direito. O outro, o esquerdo, serviu para bater Iraizoz pela segunda vez na noite de Bucareste. 2x0, a Taça era de Falcao...
Athletic melhor mas foi Diego a marcar
Ao intervalo, Bielsa mudou e com ele o Athletic Bilbao. Também porque do lado Atleti se confiou na vantagem criada por Falcao. A verdade é que os segundos 45 minutos pertenceram aos bascos, com vários lances de perigo na área de Courtois. O maior de todos foi aos 79 minutos, quando Susaeta viu o guarda-redes Courtois negar-lhe o golo.
No entanto, a noite foi de um e só um. Aos 80 minutos, Falcao ficou bem perto da glória suprema, de um hat-trick que só ficaria bem ao colombiano. O trabalho prévio é, mais uma vez, de classe mundial. O remate foi como tinha de ser e só Amorebieta, com um corte sensacional, desviou a bola ao poste e, com isso, evitou o terceiro de Falcao.
Ainda assim, Diego não quis ceder o palco por completo a Radamel Falcao. Aos 85 minutos mostrou que ainda sabe, e muito, fez tudo sozinho, e bem, finalizando com um remate cruzado, de pé esquerdo, para o 3x0 e a sentença final. Depois de 1962 - Taça das Taças - e de 2010 - Liga Europa, o Atlético de Madrid volta a erguer um título europeu em 2012.
3-0 | ||
Radamel Falcao 7' 34' Diego 85' |