Ponte de Lima, a mais antiga vila portuguesa, anda em festa. São as Feiras Novas antecipadas, garantem os locais. Tudo por culpa da bola.
O Limianos subiu ao Campeonato de Portugal, alavancado nos golos e mais golos de um ‘matador’ com o ADN dos campeões: Paulo Campos, apenas Paulinho no mundo do futebol, é sobrinho de Luís Campos (homem forte do futebol do PSG) e filho de Paulo Campos (presidente do FC Fão).
Os números são brutais: 27 golos, dez assistências, exibições decisivas semana após semana. Paulinho é o nome mais repetido nas estreitas ruas da vila limiana, acima do sarrabulho, dos rojões, do inconfundível queijo.
Admirador de Mbappé e de Cristiano Ronaldo, Paulinho diz-se um avançado «explosivo», «com muita velocidade», «capacidade de remate com ambos os pés» e «desmarcação fácil».
Ingredientes perfeitos para cozinhar quase 30 pontapés perfeitos, alguns de cabeça, pormenor também importante no seu jogo. As dez assistências para golos de colegas enfeitam o portfólio, acrescentam o altruísmo ao natural (bom) egoísmo dos goleadores.
Em 31 jogos oficiais, entre o campeonato principal da AF Viana de Castelo e a taça distrital, era difícil fazer mais - a final da segunda prova realiza-se a 11 de junho, Limianos-Lanheses.
Dito isto, estará preparado o familiar de um dos dirigentes mais famosos do futebol mundial para subir de patamar competitivo?
«Claro, o meu objetivo é, e sempre foi, jogar em divisões superiores. Todo o meu esforço e dedicação têm isso em mente. Quando temos 20/21 anos as dificuldades são maiores, pois falta-nos experiência e maturidade. Eu próprio passei por isso quando estava nos escalões principais.»
É isso mesmo. Paulinho já vestiu a camisola de clubes de outra estirpe.
Criado no popular Galáticos Clube Futebol de Fão, a partir dos quatro anos, Paulinho passou posteriormente pelo Rio Ave (iniciados e juvenis), Leixões (juniores) e SC Braga, onde acabou a formação.
«Mantive os estudos e nos seniores joguei no Marinhas, no Trofense e no Amora. Nessa fase estava na Liga 3 e interrompi a minha atividade para me focar nos estudos», recorda o goleador do Limianos, nado e criado em Fão, à semelhança de toda a família.Por falar em família, Paulo Campos assume e elogia a influência de pai e tio, cada um à sua maneira. Numa casa de futebol, onde até um campo de jogo existe, era difícil escapar a esta paixão.
«Sendo o meu pai presidente de um clube e estando o meu tio no topo do futebol mundial, sempre foram um incentivo e um exemplo para mim», confidencia Paulinho, o nome que em Ponte de Lima anda de boca em boca, como se fosse mais uma das irrecusáveis iguarias da vila.
Nas próximas semanas, é mais do que provável ler o nome de Paulinho noutras notícias. Em Ponte de Lima confirmou predicados e viciou-se em golos.
Tornou-se numa especialidade, mais uma, da idílica vila minhota.