Seis derrotas consecutivas, três em três possíveis com Ricardo Soares ao leme e mais um resultado profundamente infeliz em casa. O Estoril Praia está longe dos melhores dias e isso nota-se, no futebol que apresenta, completamente dependente de rasgos individuais, e até na postura de alguns jogadores. Mantendo-se assim, vai a tempo de casar com a zona de despromoção.
Quem sorriu, neste jogo da 25ª jornada da Liga Bwin, foi o GD Chaves. Depois da vitória frente ao Portimonense, a formação transmontana deslocou-se ao centro e voltou a somar três pontos, num 0-2 construído por dois penáltis. Nem sempre convenceu, a equipa de Vítor Campelos, mas as ofertas do adversário tornaram o triunfo barato.
Não foi particularmente bonito, o futebol que se desenrolou no relvado do António Coimbra da Mota nos primeiros minutos da partida deste sábado. Confusão total, que se estendia às bancadas de um Estoril que equipava de azul para a receção a um GD Chaves de amarelo, mas que começava na incapacidade que ambas as equipas mostraram em posse de bola.
Passes falhados e bolas perdidas foram o prato do dia e todos quiseram provar um pouco, mas a cantina era gerida por Pedro Álvaro. Foi o central do Estoril que teve mais e maiores erros, oferecendo de bandeja a superioridade à equipa visitante.
O experiente Steven Vitória foi chamado a cobrar e não desperdiçou, chegando ao seu sexto golo nesta edição da Liga Bwin. Temporada com maior selo goleador só há 10 anos atrás, então no... Estoril Praia. Por esse motivo, o luso-canadiano não celebrou.
Depois do golo, o jogo voltou a partir um pouco. Bola cá e bola lá, com a equipa da casa a tentar crescer, mas a aposta coletiva em Tiago Gouveia nunca rendeu, já que o extremo tinha a marcação cerrada de Nélson Monte e também era travado por Guima quando procurava o corredor central. Alguma frustração estorilense, antes do GD Chaves ameaçar o 2-0 por duas vezes até ao intervalo.
Na segunda parte, a equipa da casa entrou com mais ânimo e aproximou-se do golo pela primeira vez, via Gamboa, mas durou pouco. O GD Chaves voltou a entrar no ritmo inicial e desta vez houve outro defesa a dar uma ligeira ajuda. Joãozinho, capitão, viu o cartão vermelho quando entrou muito tarde sobre Jô Batista, que tinha sido lançado no jogo um minuto antes, no interior da área.
Podia ter surgido um bis para Vitória, mas foi João Teixeira quem cobrou (e marcou) a segunda grande penalidade, para vingar num lance de bola parada que já desperdiçou no passado.
Era o dia dos transmontanos, que ainda se aproximaram do terceiro até ao Estoril finalmente assumir a necessidade de lutar por mais. Foi a partir dos 85 minutos que os da casa se aproximaram da baliza, com oportunidades de Marqués e João Carvalho, mas não houve tempo para, sequer, reduzir.
Estava bem composto, o cantinho do António Coimbra da Mota que foi dedicado aos adeptos do GD Chaves. Cantaram, aplaudiram e, bem ao estilo português, gritaram de forma provocadora por mais um golo. Três pontos em viagem e, acima de tudo, um bom away day para aqueles que vieram de Trás-Os-Montes.
Pedro Álvaro e Joãozinho são nomes incontornáveis no jogo desta noite, já que ficam mais ligados ao resultado pela negativa do que qualquer jogador flaviense pela positiva. A primeira arte do defesa central foi simplesmente desastrosa, enquanto que o capitão enterrou todas as chances do Estoril Praia reentrar no jogo.
Os adeptos da casa gostariam de se poder queixar da arbitragem numa noite em que perdem por 0-2 contra duas grandes penalidades, mas a verdade é que foram ambas claríssimas.