Parece cada vez mais difícil parar este Benfica e este jogo com o Vitória SC, uma equipa bem montada e com ambições europeias, foi mais uma prova disso. Os encarnados respiram confiança e praticamente só precisaram de uma parte para golear os vitorianos por 5-1. Vem daí uma importante paragem das seleções para o líder descansar e afinar pormenores.
Sem Aursnes, castigado, Roger Schmidt apresentou apenas uma mudança no onze titular, face ao jogo com o Marítimo (0-3), com o regresso importante de Rafa Silva, enquanto do lado do Vitória SC a principal novidade era o regresso ao sistema de quatro defesas, perante a ausência do lesionado Ibrahima Bamba, com Nélson da Luz e André André a saltarem para o onze inicial.
Ainda a bola não rolava e já havia espetáculo na Luz. De um lado, o Benfica voltava a apostar na presença de DJ Kamala para alegrar os adeptos - o que parece ser uma boa aposta por esta altura -, enquanto do outro o Vitória SC se tinha feito acompanhar de uma boa massa adepta, toda ela bastante ruidosa (no bom sentido, claro), mesmo em clara desvantagem numérica. Não são todas as equipas que visitam o Benfica com este tipo de apoio.
João Mário ⚽ ⚽ bisa pela 5.ª vez esta época e volta a isolar-se como melhor marcador da Liga 🇵🇹 , agora com 17 golos pic.twitter.com/c79yrPa4Pb
— Playmaker (@playmaker_PT) March 18, 2023
Mas foquemo-nos, agora, no que se passou dentro das quatro linhas. Apesar de se ter apresentado em 4x3x3, o Vitória SC fazia descer Dani Silva para o meio dos centrais no processo defensivo, recuperando a sua mais habitual linha de cinco defesas, neste caso em bloco mais baixo, para dar a iniciativa ao Benfica. Nos primeiros minutos, os comandos de Roger Schmidt apresentaram-se bem na pressão alta e a usar a largura, mas ia faltando ligação pelo corredor central. Contudo, as águias acabaram a festejar cedo, chegando ao golo aos 13': Neres cruzou na esquerda, mas acabou por ser o desvio repentino de Rafa, de cabeça, que acabou por ser decisivo, uma vez que apanhou a defesa de surpresa e isolou Gonçalo Ramos para este fazer o 1-0.
Apesar do golo sofrido, os vitorianos não se acanharam e até subiram um pouco mais as suas linhas de pressão - não desmontando, no entanto, a tal linha de cinco a defender -, mas isso acabou por dar espaço à transição e velocidade de execução do Benfica, como ficou bem patente daí em diante. Com espaço, o Benfica mostrou-se mortífero e foi crescendo, crescendo e crescendo. Aos 26', Rafa, desmarcado de cabeça nas costas da defesa por Gonçalo Ramos, ganhou grande penalidade e João Mário converteu com sucesso, mas o médio não se ficou por aqui.
Com 3-0 no marcador, tudo parecia resolvido na partida e a verdade é que até as duas equipas mostraram sentir isso mesmo, de tal forma que o ritmo de jogo baixou drasticamente no arranque da 2ª parte, ao ponto de ficar algo enfadonho - embora se compreenda, de certa forma, a gestão nesta fase avançada da época.
O Vitória SC até conseguiu, finalmente, ter mais bola no pé e criar a sua primeira chance de golo (André Silva obrigou Vlachodimos a boa defesa), mas de pouco serviu e apenas os cânticos dos adeptos - nota mais para os do Vitória SC - iam aquecendo as bancadas da Luz. Apesar disso, faltavam oportunidades e essas o Benfica conseguia ter, embora em menor número. Contudo, o golo chegou de forma caricata. Aos 69', João Mário foi desmarcado nas costas da defesa, tentou assistir um colega e a bola, tal e qual pinball, desviou em três momentos em jogadores adversários, antes de dar auto-golo de Dani Silva.
Parece mesmo cada vez mais difícil parar o Benfica de Schmidt e, agora, colocam pressão sobre os rivais, até porque este domingo há duelo entre SC Braga e FC Porto. Mas, independentemente do que aí aconteça, os encarnados vão para a paragem de seleções como líderes isolados. Resta saber por quantos pontos de vantagem....
Parece uma pergunta cada vez mais difícil de responder por esta altura. O Benfica respira confiança. Todos correm, todos marcam, todos assistem, todos sabem o que têm a fazer e fazem-no bastante bem. Tudo pode acontecer, até porque há muito jogo pela frente, mas este Benfica parece imparável.
É bom ver uma equipa a ir jogar contra um «grande» sem medo de tentar ter bola e atacar. Faz falta isso em Portugal. Mas o equilíbrio é chave e faltou isso ao Vitória SC, que acabou por dar espaço a mais ao Benfica e o resultado está à vista.