Foi apenas ao minuto 84, através de uma bofetada - leve, mas eficaz - do miúdo de 18 anos, Chermiti, que os leões conseguiram sair de Vila de Conde com os três pontos. Num jogo sublinhado por 45 minutos de pobreza extrema, por muita ineficácia e elevada falta de criatividade, o jovem luso foi decisivo marcando o único golo do encontro e o primeiro com a camisola principal do Sporting.
Com esta vitória (0-1), o conjunto de Rúben Amorim volta a aproximar-se do pódio, enquanto o Rio Ave dá continuidade ao momento negativo no 12º posto da tabela, somando o sexto encontro consecutivo sem conhecer o sabor da vitória.
A pergunta que todos faziam. Para além do barulho nas bancadas (bem composto de parte a parte), pouco fazia querer que o jogo já tinha começado, numa primeira metade fria, pouco vistosa e, acima de tudo, escassa em oportunidades.
Ainda assim, nada que Rúben Amorim - em conferência de imprensa de antevisão - não tivesse avisado. A homogenia entre os dois sistemas obrigava a uma pitada extra de criatividade e apenas o corredor esquerdo de ambas as equipas parecia oleado.
Do Rio Ave, Fábio Ronaldo e Guga foram os principais homens em evidência, um mais pela ginga que trazia, o outro pela serenidade que levava em cada condução. Do lado leonino, com o corredor central bloqueado pelo conjunto da casa, apenas Nuno Santos e Pote conseguiam algumas incursões interessantes.
De resto, a melhor oportunidade do jogo foi criada por Nuno Santos. No corredor esquerdo, o luso - ao seu estilo - driblou Renato Pantalon, cruzou rasteiro e Morita disparou, à entrada da área, um foguete ligeiramente ao lado. Do conjunto da casa, apenas Samaris decidiu tentar dar bofetada no jogo com um remate forte, mas muito por cima.
No começo da segunda parte, o jogo mudou. Sim, caro leitor, tivemos um remate à baliza! Neste caso, uma grande oportunidade desperdiçada pelo Rio Ave: Emmanuel Boateng aproveitou uma abordagem mal conseguida por parte de St. Juste, fintou Inácio e apenas a mancha de Adán salvou o Sporting.
Já com duas mexidas no ataque leonino - Arthur e Trincão substituíram Nuno Santos e Edwards respetivamente - Pote - algo desacompanhado no último terço - arriscou num remate fora de área e fez estremecer a baliza de Jhonatan que nada podia fazer para travar as intenções do internacional português. Para além deste remate... pouco mais.
Depois de 20 minutos prometedores, a toada da primeira parte regressou e restava a inspiração individual para marcar a diferença. Com os extremos limitados (Trincão e Arthur não acrescentaram muito), foi um defesa central a desiquilibrar.
Apesar de uma abordagem deficiente de Patrick William, Gonçalo Inácio - com um passe teleguiado - quebrou todas as linhas do Rio Ave e assistiu Youssef Chermiti que deu uma bofetada - leve, porém fundamental - na partida com um remate cruzado de pé direito.
Até final, os homens de Luís Freire ainda foram a tempo de assustar com algumas incursões perigosas, contudo, a ineficácia persistiu e o herói foi mesmo o jovem luso de apenas 18 anos.
Não foi um grande jogo individual de sua parte - se calhar jogou melhor contra o SC Braga -, mas numa partida de qualidade tão baixa, é de destacar como conseguiu resolver na primeira grande oportunidade que dispôs.
45 minutos muito complicados de narrar: zero remates à baliza, escassas (praticamente nenhumas) oportunidades de perigo e duas equipas que não se conseguiam desamarrar. Para quem chegou atrasado ao jogo, não perdeu absolutamente nada demais.