Este domingo ficou marcado pela estreia oficial dos reforços nórdicos Casper Tengstedt e Andreas Schjelderup com a camisola do Benfica, com a dupla a jogar cerca de uma hora na vitória do Benfica B frente ao Tondela por 2-1, para adquirir ritmo e estar mais rapidamente apta a ser opção para Roger Schmidt. O zerozero esteve atento e analisou ao pormenor esta estreia.
O jogo com o Tondela rapidamente chamou à atenção dos adeptos benfiquistas assim que saíram os onzes iniciais. Obviamente havia interesse em ver João Neves e André Gomes, por exemplo, mas foram dois nomes nórdicos que captaram os holofotes da maioria. Contratados para a equipa principal em janeiro, Andreas Schjelderup e Casper Tengstedt têm estado a fazer uma pré-época com a época em andamento, como apelidou Roger Schmidt, e finalmente tiveram a oportunidade de jogar numa partida oficial.
Tal como seria de esperar pelo que tinham demonstrado nos seus anteriores clubes, Andreas surgiu colado à ala esquerda, enquanto Casper ocupou a vaga de ponta de lança, com o Benfica B no habitual 4x3x3. O avançado dinamarquês surgiu algo fixo, demasiado preso à sua posição e bem marcado no meio dos centrais adversários, com pouco movimento, mas acabou por ter mesmo a melhor oportunidade de uma 1ª parte sem golos, numa jogada que contou com a participação direta do colega nórdico.
À passagem do minuto 10, a dupla teve o seu momento alto. Schjelderup deambulou para o meio, recebeu ainda dentro da área de peito, tirou um adversário do caminho com um recorte técnico de qualidade e deixou para Tengstedt, que nem deixou a bola respirar e atirou de primeira para boa defesa de Niasse, com a bola ainda a beijar a barra da baliza forasteira.
A partir daqui, a exibição da dupla foi decaindo, acima de tudo pela clara falta de entrosamento com os colegas e com as suas ideias táticas, algo natural visto que têm vindo a treinar com a equipa principal desde a sua chegada. Além disso, o ritmo ainda não está ao nível que se vê no Benfica de Schmidt, mas isso também acaba por ser normal, visto que estão em plena «pré-época» e tiveram os seus primeiros minutos.Olhemos para Schjelderup, cujo custo pode ir até aos 15 milhões. Dos dois, foi o que mais deixou água na boca (apesar da grande oportunidade de Casper). Nota-se que tem uma técnica acima da média e não tem receio de partir no drible, especialmente em espaços reduzidos, algo que pode dar jeito contra blocos mais baixos. A nível de movimentos, claramente ganhou quando promoveu trocas com os médios João Neves e Pedro Santos, aproximando-se um pouco do que Rafa, João Mário, Aursnes, Neres e Chiquinho fazem.
Mostrou-se disponível a ajudar sempre o lateral Rafael Rodrigues no processo defensivo e na 2ª parte, nos 17 minutos que esteve em campo, até apareceu em posições mais centrais para apoiar Tengstedt, mas ficou a ideia que lhe faltou mais atrevimento ofensivo, tanto a ir para cima dos defesas, como até mesmo no remate. Teve boa oportunidade para o fazer em zona frontal, fora da área, mas optou pelo passe e vem com golo do Nordsjaelland, onde era o melhor marcador do campeonato. Um tipo de confiança que deverá aparecer com o tempo.
Olhando para a exibição de Tengstedt - valor da compra pode chegar aos 10 milhões de euros -, a mesma teve altos e baixos. Além da grande oportunidade que teve, a verdade é que esteve algo preso nos primeiros minutos, quiçá a tentar perceber a forma como a equipa jogava. Com a sua estampa física, é claramente um jogador com potencial para ser um bom pivot ofensivo, mas também tem passada larga e capacidade de jogar no limite do fora de jogo para fazer diagonais, algo que tentou um par de vezes.Apesar disso, a ideia que transpareceu nesta partida é que é um finalizador com grande potencial - quase marcou no seu único remate -, mas que tem que ser melhor servido pela equipa, o que não aconteceu na sua hora em jogo pelo ritmo da partida e o próprio estilo do Benfica B. Com mais ritmo e disponibilidade física, claramente tem potencial para fazer estragos a «fazer de» Gonçalo Ramos, mas também terá que dar mais de si à equipa no futuro.
2-1 | ||
Henrique Pereira 69' Gilson Benchimol 75' | Marcelo Alves 88' |