Cinco Mundiais depois - na sua última dança - Messi continua a bailar. O jogo, que poderia ser de lágrimas para a seleção das pampas, transformou-se em alegria quando Enzo Fernández entrou e Lionel Messi brilhou. O primeiro estabilizou a Argentina, o segundo foi decisivo.
2-0 para os argentinos que permanecem, desta forma, com o sonho de erguer o troféu bem vivo, num jogo marcado pela excelente entrada de Enzo - fez um golaço - e pela exibição mágica de Messi - marcou e assistiu. Com este resultado, a seleção Albiceleste soma três pontos e vai disputar a qualificação diante a Polónia (quatro pontos), enquanto o México tem a missão muito dificultada, sendo obrigado a vencer na próxima jornada e esperar um deslize dos argentinos.
Caro leitor, que 45 minutos penosos. Muita luta, imensas faltas (16 no total) e pouquíssimo futebol. É certo que se esperava um duelo quentinho - o jogo tinha de ser encarado como uma final para ambos os conjuntos -, mas também se esperava que a arte e a criatividade estivesse em primeiro plano.
Apesar de tudo, a seleção Albiceleste entrou melhor na partida, assumiu as despesas do jogo, no entanto, foi presa fácil para o México que prestou atenção às lições de Hervé Renard. Posto isto, a formação de Gerardo Martino defendeu com uma linha de 5 atrás e num bloco médio-baixo asfixiante, atrapalhando a missão dos mais solicitados - Messi e Di Maria.
Do outro lado, a formação argentina caiu na teia mexicana e, com uma circulação lenta e previsível, acabou por não criar grande perigo. De resto, as únicas oportunidades surgiram de duas bolas paradas, onde Ochoa e Emiliano Martínez apresentaram-se em belo plano, defendendo os tentos de Messi e Vega, respetivamente.
Na segunda metade, a toada não se alterou significativamente, contudo, a seleção argentina saiu dos balneários mais agressiva na recuperação da bola e Scaloni, ao minuto 57, colocou Enzo, que mudou completamente o rumo do jogo.
A entrada do jogador do Benfica transformou o ecossistema argentino - De Paul rendeu muito mais - e depois, Lionel Messi. Nem é preciso acrescentar mais nada. Di María driblou no lado direito do ataque Albiceste, encontrou Lionel Messi em zona central à entrada da área e o astro argentino, sem pensar duas vezes, atirou rasteiro sem hipóteses para Ochoa. Magistral.
Em desvantagem, o México respondeu, colocou muitos homens em zona de finalização - por vezes até de forma exagerada -, e a Argentina seguiu o plano mexicano: defender com muitos jogadores na zona interior e contra atacar.
Depois de algumas ameaças, Enzo Fernández - assistido por Messi - dançou em frente a Gutiérrez e disparou um foguete que surpreendeu tudo e todos. Que golaço! Até final, a seleção mexicana insistiu, mas a inoperância ofensiva da formação de Martino permaneceu e o México deixou as contas muito mais complicadas...
Com 35 anos, procura o troféu que tanto deseja e, hoje, mostrou ao mundo que vontade não lhe falta. Um golpe de génio e uma assistência que permite à seleção argentina continuar a lutar pelo Mundial.
... Mas era preciso muito mais para conseguir, pelo menos, assustar a baliza argentina. A seleção mexicana entrou com um plano defensivo muito bem orquestrado - tapou a genialidade de Messi e Di María enquanto foi possível -, mas não houve qualquer solução para o momento de ferir as redes de Emiliano Martínez. Demasiado pobre o ataque mexicano.