Foi preciso algum génio individual para desbloquear o bloco baixo e coeso do Penafiel, que vinha com a estratégia claramente pensada, mas o Benfica acabou mesmo por vencer na receção aos durienses, para a Taça da Liga, por 2-0 e vai, agora, descansar ainda com o seu registo imbatível esta época no bolso.
Depois de bater o Estrela da Amadora (2-3), o Benfica voltava a entrar em ação na Taça da Liga, antes do plantel fazer uma pausa, e Roger Schmidt promoveu um par de novidades no onze titular, com as entradas de Morato, de regresso à titularidade quase três meses depois, e Julian Draxler. Do lado do Penafiel, por sua vez, o treinador Filipe Rocha apostou no seu onze base, depois da derrota com o Moreirense (1-2).
Este era o último jogo antes da equipa do Benfica fazer uma breve pausa nos trabalhos, promovida pelo técnico Roger Schmidt, e talvez isso, apesar de se tratar de um jogo da Taça da Liga, tenha levado a uma moldura humana relativamente boa na Luz - mais de 43 mil. Perante isto, os encarnados entraram fortes, dominantes, e aproveitaram a linha de pressão ligeiramente mais alta do Penafiel para criar algumas boas oportunidades logo nos primeiros minutos, algo que acabou por fazer os durienses rapidamente recuar, baixar a linha de pressão e passar a jogar em bloco mais coeso.
A espaços, essencialmente quando Neres ou Rafa trocavam de posição e impunham maior velocidade, o Benfica ia criando perigo e até melhorou no final da 1ª parte, com o avançado português como principal maestro da batuta e a colecionar um par de ocasiões. Do lado do Penafiel, por sua vez, o seu ataque foi praticamente inofensivo - exceto num lance onde Gilberto foi apanhado a dormir e saíram rápido em transição -, facilitando um pouco a vida à dupla Morato-João Victor.
Apesar do Penafiel estar claramente a causar dificuldades ofensivas ao Benfica, Filipe Rocha não parecia suficientemente feliz com a sua estratégia e fez duas alterações ao intervalo, com as entradas de Rúben Freitas e Vasco Braga, o que fez passar a turma visitante a um sistema de cinco defesas quando sem bola. O bloco era cada vez mais compacto e coeso e o Benfica precisava de um lance de génio para o furar, visto que estava com dificuldades em ataque organizado.
Estes dois golos de rajada mudaram por completo o jogo, uma vez que de nada valia agora ao Penafiel fechar-se no seu primeiro terço e os comandados de Filipe Rocha foram obrigados a mudar de atitude. Isto deu um ritmo de jogo bem mais apelativo aos olhos, uma vez que o espaço era maior e as oportunidades mais frequentes e, embora o jogo não estivesse resolvido, Roger Schmidt fez entrar Rodrigo Pinho e Henrique Araújo para o ataque, algo que trouxe dinâmicas diferentes.
Apesar de uns belos minutos de jogo que se seguiram, com o tempo as equipas perceberam que a partida caminhava para estar resolvida e o ritmo baixou. Perante isso, coube a Rodrigo Pinho, primeiro, e Henrique Araújo, depois, terem as melhores ocasiões pós 2-0, mas Caio Secco mostrou-se bem e o 2-0 persistiu até ao final. Com este resultado, o Benfica segue imbatível esta época e vai agora descansar uns dias com a confiança em alta.
O Penafiel estava cada vez mais baixo com o passar do tempo, mas o Benfica não deu tempo para que a situação piorasse, entrou a todo o gás na 2ª parte e bem mais dinâmica. Acabou por ser determinante e os dois golos de rajada mudaram o jogo.
Obviamente sabemos das diferenças qualitativas entre as duas equipas, mas nunca é propriamente apelativo ver uma equipa a «estacionar o autocarro», como se costuma dizer, até porque o Penafiel abdicou por completo de atacar durante uma hora. É possível defender bem e mesmo assim ser perigoso e os durienses conseguiram-no, a espaços, mas só quando já perdiam.