Com jogadores para mais e melhor, a Polónia somou a primeira vitória com Robert Lewandowski em destaque. O capitão é o rosto de esperança de um país e conseguiu, finalmente, marcar na principal competição de seleções do mundo. O resultado é enganador, dado que os sauditas mereciam, pelo menos, ter feito um golo, mas encontraram um Szczesny inspirado que negou males maiores por várias ocasiões.
Todos os Mundiais têm surpresas, umas boas, outras más, mas é seguro dizer que a Arábia Saudita pertence ao lote de conjuntos que mais nos surpreendeu no Catar. Os sauditas até podem vir a ser eliminados, mas o que estes jogadores fizeram, deixa uma imagem positiva para o futuro.
Alguns dos jogadores da Arábia Saudita, assim como os seus adeptos, viveram um dos melhores dias da sua vida no início da semana com a vitória frente à Argentina. Defrontar uma lenda viva do futebol como Messi e ter a oportunidade de conseguir os três pontos nesta competição é algo inesquecível. No entanto, ainda a procissão vai no adro e os sauditas estavam alertados para tal.
O conto de fadas escrito em árabe frente aos argentinos recaiu muito naquilo que foi a coesão defensiva e concentração em todos os momentos da partida (veja-se quantas vezes os pupilos de Lionel Scanoli foram apanhados em fora-de-jogo) e que voltou a estar em vigor este sábado.
Perante uma Polónia mais ofensiva em relação ao encontro com o México, os sauditas entraram com personalidade e foram os primeiros a ter uma oportunidade de perigo nos pés de Mohamed Kanno. Variações de flanco bem sucedidas, controlo da partida e tranquilidade em todos processos: a Arábia Saudita mostrou que veio para surpreender o Mundo e não se deixa intimidar pelo poderio de seleções teoricamente mais fortes.
O estado de graça da Polónia sofreu um revés no final do primeiro tempo, mas Salem Al Dawsari, através da marca da grande penalidade, permitiu uma dupla defesa fantástica a Szczesny e o nulo ao intervalo foi o que ambos os conjuntos levaram, mas que não refletia, de todo, o que tinha acontecido. Futebol...
A toada do jogo manteve-se igual e Szczesny voltou a brilhar com uma intervenção importantíssima. Apesar da vantagem, os polacos estavam muitos inseguros e raramente conseguiram sair com critério a partir da sua defesa. Lewandowski praticamente não apareceu, ao contrário do outro camisola nove, Firas Al-Buraikan, que surgiu na cara do guarda-redes com muito perigo.
Na procura pelo empate, os sauditas, a tempos, foram deixando espaços na sua defesa e permitiram que a Polónia estivesse perto do golo em alguns momentos. Bem podem agradecer ao poste esquerdo e à trave...
E quando nada parecia indiciar tal, eis que Robert Lewandowski, que nunca tinha marcado em Mundiais, apareceu para fazer o 0-2. Um erro inacreditável de Al-Malki fez o capitão chorar de alegria e deixar os adeptos do Médio Oriente de mãos na cabeça. Apesar da derrota e aconteça o que acontecer no último jogo, que imagem têm deixado os pupilos de Hervé Renard! Venha o México na luta pela qualificação.
O experiente guarda-redes polaco defendeu uma grande penalidade (e a recarga) e fez inúmeras intervenções para segurar a vantagem. Ao contrário de uma exibição globalmente fraca da sua equipa, Szczesny rubricou um grande jogo.
Se destacamos Szczesny, aqui falamos do outro lado: uma grande penalidade falhada, vários remates sem o destino pretendido na cara do guarda-redes e uma derrota no bolso. A Arábia Saudita, com um pouco mais de sorte e eficácia, conseguia ter arrecadado os três pontos. Segue-se o México, mas é imperial treinar a finalização...